EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
O presidente da Caixa Econômica Federal Pedro Guimarães está sendo investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por uso do dinheiro e da estrutura do banco público para favorecimento pessoal, em campanha política. Além do pedido de afastamento, o subprocurador-geral Lucas Furtado, do Ministério Público do TCU, acionou o chefe do banco por uso da máquina no caso da gerência “Caixa Mais Brasil”, criada para cuidar de sua agenda de viagens e eventos pelo país, além de organizar um canal de vídeos dele na instituição.
Tudo a um custo de pelo menos R$ 330 mil por mês. A alegação foi a de ‘aproximar a direção do banco de autoridades, empresários e lideranças locais’. Mas a finalidade parece ter sido outra, com pretensões de Guimarães de trilhar outros caminhos.
Dinheiro público
Há suspeitas de que o uso ilegal do dinheiro teria sido incentivado diretamente pelo presidente Jair Bolsonaro de quem o presidente da Caixa teria recebido as coordenadas sobre o futuro político: seria seu vice em 2022 ou, caso isso não acontecesse, teria seu apoio para uma vaga no Senado ou até mesmo para uma candidatura ao governo do Rio de Janeiro. “É inadmissível que o presidente da empresa utilize os recursos, inclusive humanos, da Caixa para se autopromover e fazer campanha eleitoral para o presidente da República. Assim como é inadmissível que nessas viagens faça discursos que faltam com a verdade e desabonam o trabalho de dezenas de milhares de trabalhadores nos períodos anteriores à sua gestão”, afirmou Rogério Campanate, diretor do Sindicato e membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), numa referência às afirmações de Guimarães e de Bolsonaro de que o lucro da Caixa em sua gestão foi o maior da história, o que não é verdade. O dado foi usado por Bolsonaro para dizer que a CEF só deu prejuízo nas gestões petistas de Lula e Dilma. Pela informação falsa, Guimarães foi condenado pela Justiça a se retratar.
Mais de 97 viagens
Desde 2019, como parte do Caixa Mais Brasil o presidente da Caixa já realizou mais de 97 expedições (número que deve chegar a 166 até o final de 2022), ao custo médio de R$ 50 mil por viagem, visitando mais de 140 municípios. Pedro Guimarães também é figura frequente nas lives de Jair Bolsonaro. Até maio deste ano, já acumulava 22 aparições.
Afastamento
Lucas Furtado apresentou representação no TCU em que pede a investigação, e o devido afastamento também do presidente do BB, Fausto Ribeiro. Ambos teriam feito uso político das instituições que presidem no episódio do manifesto da Febraban, em que o BB e a Caixa ameaçaram deixar a entidade que representa os bancos.