Sexta, 30 Julho 2021 19:39

Truculência: Caixa encerra GT Saúde unilateralmente

Amorim: decisão vai para a mesa permanente. “A forma de manter o plano é a pressão”, afirmou. Amorim: decisão vai para a mesa permanente. “A forma de manter o plano é a pressão”, afirmou.

Olyntho Contente*

Imprensa SeebRio

A diretoria da Caixa Econômica Federal decidiu encerrar arbitrariamente as negociações do Grupo de Trabalho Saúde Caixa. A comunicação foi feita durante reunião nesta sexta-feira (30/7) na qual os representantes do banco deram mostras da sua truculência, recusando pedido feito pela bancada dos empregados de prorrogar as negociações para que se chegasse a uma solução conjunta de modelo de custeio viável e sustentável para os usuários.

Ao fazer isto, deliberadamente passou por cima do objetivo que levou a criação do GT que é o de chegar a soluções através de acordo entre a CEF e a representação dos empregados. Preferiu agir de forma ardilosa, impondo uma proposta de forma unilateral, aplicando integralmente a resolução 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR), desrespeitando o que firmou no acordo coletivo de trabalho, negociado e assinado na campanha de 2020. A resolução estabelece contribuição paritária do banco e cobrança de mensalidade por beneficiário, de acordo com faixa etária ou renda -, e o teto de 6,5% da folha de pagamentos e proventos para a Caixa custear o plano.

Na reunião a bancada dos empregados apresentou uma proposta que mantém o modelo atual de contribuição de 70% da Caixa e 30% dos associados, sem necessidade de reajuste. A proposição mantém os princípios de solidariedade, mutualismo e pacto intergeracional, com gestão por RH e dos percentuais de mensalidade por grupo familiar.

A posição da Caixa impediu que o GT cumprisse o seu papel. As propostas, a da direção da Caixa e a dos empregados, diante da decisão unilateral, serão levadas à mesa de negociação. Ne reunião do GT a bancada dos empregados demonstrou indignação pelo fim das negociações. Lílian Minchin, integrante do GT, argumentou que a dificuldade no acesso aos dados atrapalhou o trabalho da empresa atuarial que assessora os empregados. “Agora, com as duas propostas prontas, o grupo deveria avançar no debate, mas a Caixa recusou”, ressaltou.

Mobilização, já!

O representante do Rio na Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa (CEE), Rogério Campanate, já adiantou que o acordo coletivo não prevê o cumprimento da CGPAR e que será chamada uma grande mobilização dos empregados para reverter esta ameaça feita pela diretoria do banco. “O assunto será pautado nos encontros, conferências e congresso dos empregados e vai gerar uma grande campanha em defesa da continuidade das negociações do GT a fim de cumprir seu objetivo de chegar a uma solução por acordo, relativa ao Saúde Caixa”, frisou.

A coordenadora do GT e da CEE, Fabiana Uehara Proscholdt, ressaltou que não será aceita a imposição CGPAR 23, sob qualquer aspecto. “Além de não ser uma legislação, esta resolução não está prevista no acordo coletivo e a anulação dos seus efeitos está sendo discutida no Congresso. Enfatizamos a necessidade de ampliar a discussão para levarmos propostas decentes aos colegas, mas a Caixa decidiu, unilateralmente, encerrar o grupo”, criticou.

Diretor do Sindicato e membro do GT, Sérgio Amorim, condenou o posicionamento arbitrário da direção do banco. Classificou a proposta como a pior possível, aplicando todos os limitadores que comprometem a viabilidade de pagamento para os empregados. “O tempo todo a Caixa declarava que a construção do modelo seria em conjunto, já que é paritário, mas desde o começo o que se viu foi a imposição das diretrizes do presidente do banco, Pedro Guimarães”, avaliou.

*Com informações da Assessoria de Comunicação da Fenae.

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