Segunda, 03 Mai 2021 21:34

Adesão à paralisação na Caixa é resposta dos empregados ao desmonte e projeto privatista

O Sindicato avaliou como muito positiva a adesão dos empregados da Caixa a  greve de 24 horas, mas alerta que a mobilização precisa continuar O Sindicato avaliou como muito positiva a adesão dos empregados da Caixa a greve de 24 horas, mas alerta que a mobilização precisa continuar

Os empregados da Caixa Econômica Federal realizaram nesta terça-feira, 27 de abril, uma paralisação nacional de 24 horas. A atividade foi uma resposta dos trabalhadores ao desmonte da empresa imposto pela direção do banco e a abertura de capital da Seguridade. Os bancos privados estão de olho na lucratividade da subsidiária do banco, que tem a terceira maior participação no mercado de seguros do Brasil, com uma fatia que representa cerca 13,5% do mercado. As ações da Caixa Seguridade estrearam na Bovespa, na última quinta, 29 de abril, agradando aos especuladores e investidores e os papéis de seguro e previdência subiram 6,3%. Isto mostra que é o grande capital que está por trás da tentativa de privatização dos bancos públicos.

A força do movimento

A paralisação em todo o país é uma resposta da categoria ao projeto privatista do ministro da Economia e banqueiro, Paulo Guedes.
No Rio, foram paralisadas todas as unidades da Avenida Rio Branco, no centro financeiro da cidade.
“A adesão dos empregados foi total e até trabalhadores em home office participaram da paralisação. Tivemos também o apoio da população. Os bancários estão compreendendo perfeitamente os riscos desta abertura de capital, os interesses privados que estão por trás disto, e demos uma resposta de unidade e de que vamos lutar contra todos ataques do Governo Bolsonaro aos bancos públicos e aos direitos dos trabalhadores”, disse o vice-presidente do Sindicato Paulo Matileti. O sindicalista lembrou ainda que a maioria da população é contra a privatização do banco.
“A sociedade percebeu a importância de um banco público durante esta pandemia. Se o auxílio emergencial, FGTS e seguro desemprego dependessem dos bancos privados o povo estaria perdido, à deriva”, explica Matileti.
Pesquisas realizadas no ano passado mostraram que 60,6% dos brasileiros são contra a privatização da Caixa e apenas 39,4% são a favor, mesmo com toda a propaganda da grande mídia em defesa da venda das instituições públicas no Brasil. Já 57,8% disseram ser contra a privatização do Banco do Brasil e 42,2% a favor.

Assédio moral

O diretor do Sindicato Rogério Campanate denunciou o assédio moral na empresa. “O assédio moral é grande para cumprimento de metas na empresa. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães é incoerente ao dizer que as pessoas ‘estão em primeiro lugar’ e, ao mesmo tempo, impõe metas abusivas em meio a um grande volume de atendimentos, aumentando as aglomerações nas agências. A direção do banco, na prática, sequer cumpre os protocolos suficientes de prevenção à Covid-19 e se cala em relação à necessidade de vacinação dos bancários e para toda a população”, critica.

PLR justa

Os bancários protestam ainda contra as distorções da direção da empresa no pagamento da PLR. O banco pagou percentuais menores do que o estabelecido em acordo. A gestão do banco fez o pagamento da PLR Social com base na divisão linear entre todos os empregados de 3% do lucro líquido, e não de 4%, como determina o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) vigente.
“A distorção no pagamento da PLR Social é mais uma demonstração do desprezo desta diretoria da Caixa para com seus funcionários”, disse Matileti.

Mobilização continua

O movimento sindical alerta que a venda de ações da Caixa Seguridade para os empregados é uma cilada do governo para consolidar o projeto de privatização.
“A Caixa quer transformar os empregados em cúmplices da privatização. A estratégia é seduzir o bancário a comprar ações e transformá-lo em agentes da privatização da própria empresa, levando o bancário a fechar o seu próprio posto de trabalho. Estamos alertando que quem aderir à proposta poderá ficar com ações no mercado, mas ficará sem o emprego o que é uma tremenda furada para o trabalhador. A nossa mobilização vai continuar”, completa Matileti.

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