Informações reproduzidas do site da Fenae

Os empregados da Caixa Econômica Federal tiveram a perda na última quarta-feira, 24 de março, em Brasília, de um de seus mais importantes militantes em defesa do banco 100% público: Pedro Eugenio Beneduzzi Leite (foto), vítima de um enfarto agudo de miocárdio, foi uma referência na luta em defesa da Caixa, contra a privatização do banco e pelo seu caráter público e social, assim como na defesa dos direitos dos empregados da instituição.

Nasceu em Biriguí (SP).Começou sua militância no mesmo ano em que entrou no banco, em 1982.  Deixa a esposa Isabel Gomes, filhas e netos, além de um rico legado de mais de 30 anos para a Caixa pública e social e contra a retirada dos direitos de seus empregados.

Em defesa dos direitos

Liderou a mobilização pelo enquadramento dos escriturários básicos e a campanha das seis horas, no Paraná. Foi eleito presidente da Apcef/PR e reeleito em 1991. Fez parte da coordenação nacional em defesa da Caixa em 1990 e exerceu o cargo de diretor financeiro do Sindicato dos Bancários de Curitiba em 1993, sendo ainda presidente da entidade no período de 1996 a 1999.

Gestão na Fenae

Foi diretor administrativo da Fenae (Federação Nacional dos Empregados) de1999 a 2002, diretor administrativo financeiro (2002 a 2005), vice-presidente (2005 a 2008) e presidente (2008 a 2014). Sob sua gestão, a Federação seguiu firme na luta pelos direitos trabalhistas e previdenciários dos empregados da ativa e aposentados. Em sua administração a entidade investiu pesadamente nas 27 Apcefs (Associações do Pessoal da Caixa) de todo o  país, construindo ginásios poliesportivos, apartamentos nas sedes de praias, hotéis-fazendas e sedes pesqueiras. Isto em um período no qual clubes tradicionais tiveram muitas dificuldades, alguns sendo definitivamente fechados, enquanto os clubes de todas as Apcefs cresceram e melhoraram suas instalações, além de promover jogos esportivos, o festival Música Fenae (hoje Talentos Fenae/Apcefs), a exposição itinerante e outras formas de incentivo à cultura, com a realização de três edições do projeto Eu Faço Cultura, levando shows e oficinas culturais a mais de 290 mil pessoas.

Movimento solidário

Desenvolveu ações do Movimento Solidário e os projetos de incentivo à sustentabilidade e cuidados com o meio ambiente. Como resultado deste trabalho, casas foram recuperadas e construídas em Caraúbas do Piauí (PI), assim como ocorreram melhorias no Lar Nossa Senhora das Graças, em Petrópolis (RJ). 
No período de 2008 a 2014, as principais conquistas para os funcionários da Caixa conquistados nas lutas coletivas das quais fez parte ativamente foram os reajustes salariais acima do INPC todos os anos e a conquista da unificação do Plano de Cargos e Salários (PCS), em 2008, e o Plano de Funções Gratificadas (PFG), em 2010.

Militância no PT

Pedro Eugenio militou no Partido dos Trabalhadores (PT), agremiação na qual era filiado e exercia a função de liderança dos trabalhadores na Caixa. Chegou a ser superintendente nacional durante o governo da presidenta Dilma Rousseff. 

Instituto Datagenio

Após se aposentar, criou o Instituto Datagenio, um canal não oficial, mas de confiança, que atuava nas redes sociais para informar ou denunciar decisões que afetassem a Caixa pública ou seus empregados. De maneira lúdica, o Instituto Datagenio interagia com os trabalhadores do banco e emitia opiniões sobre a conjuntura no Brasil. Por conta disso, em 2019, o atual presidente da Caixa moveu ação judicial contra Pedro Eugenio, buscando proibí-lo de se manifestar contra o banco e exigindo danos morais. Essa ação provocou uma onda nacional de solidariedade.