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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A Caixa Econômica Federal fechou 2020 com um lucro de fazer a inveja a muita empresa no país, num momento em que setores como os da indústria, serviços e comércio apresentam grande número de falências e até fuga de multinacionais o Brasil passou a ter com a crise econômica agravada pela pandemia da Covid-19. Mesmo tendo uma queda de 37,5% em relação ao ano anterior (2019), os números são expressivos.
Mas a queda nos lucros não foi tão grande quando parece. É que a direção da Caixa, como os bancos privados elevou as Provisões de Devedores Duvidosos (PDDs), que tiveram aumento de 63,9% em relação ao quarto trimestre do ano anterior.
“É bom lembrar que o sistema financeiro é o único setor que não é afetado com grande relevância e que esta crise foi agravada mas não começou com a pandemia. No primeiro ano do Governo Bolsonaro o país teve o pior PIB em três anos. A culpa é também da política econômica ultraliberal de Paulo Guedes e do descaso do presidente Bolsonaro com a pandemia, que estão levando a economia para o fundo do poço”, afirma o vice-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Paulo Matileti.
De olho nos lucros
Na avaliação do movimento sindical, a Caixa desperta a cobiça do setor privado porque é uma instituição altamente lucrativa, mas destaca que a privatização, tão desejada pelo ministro da Economia Paulo Guedes, representará o fim da função social do banco.
“Itaú, Bradesco e Santander estão de olho na fatia lucrativa da Caixa, mas se a privatização ocorrer, será o fim do papel social da instituição. É só verificar a importância de um banco público no pagamento do auxílio emergencial, seguro desemprego e FGTS e verificar que os bancos privados não moveram uma palha para ajudar a população mais vulnerável”, disse o vice-presidente do Sindicato, Paulo Matileti.
Desmonte para privatizar
Matileti criticou ainda o processo de desmonte dos bancos públicos, como na Caixa e no Banco do Brasil. “O fechamento de agências, a redução de mão de obra impostos pelo Governo Bolsonaro têm como objetivo atrair o mercado privado para uma futura privatização. Somente a mobilização da categoria, sensibilizando a sociedade neste debate poderá impedir esta tragédia para o o desenvolvimento econômico e social do Brasil, especialmente para os mais pobres”, acrescenta.
O dirigente sindical lembra ainda que o empregado da Caixa sente hoje na pele as consequências do desmonte.
“Aumento de metas, pressão, adoecimento, sobrecarga de trabalho, tudo o que verificamos nos bancos privados estão sendo praticados pela direção da Caixa. Nem mesmo as medidas necessárias de prevenção à Covid-19 o banco tem feito como deveria”, critica.