Quinta, 18 Fevereiro 2021 18:48

Direção da Caixa permanece inerte diante do agravamento da pandemia

Rogério Campanate (D): "A alteração no protocolo tem sido reivindicada pela CEE desde as mudanças feitas de forma unilateral pela direção da Caixa" Rogério Campanate (D): "A alteração no protocolo tem sido reivindicada pela CEE desde as mudanças feitas de forma unilateral pela direção da Caixa" Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Os trabalhadores da Caixa Econômica Federal já perceberam que a gestão da empresa reflete a realidade do país e a linha política do governo: se a gestão do governo é mais autoritária, a gestão na Caixa reproduz este autoritarismo; se o governo tem uma visão social e se preocupa com a população mais carente, o banco atua em diversos programas direcionados à população de baixa renda; se o governo é desorganizado e passa a impressão de não saber o que está fazendo, o mesmo acontece com a direção da Caixa. E se o governo não se importa com as mortes por Covid-19, a direção da empresa implementa unilateralmente protocolos “para inglês ver” demonstrando não ter nenhuma preocupação com a saúde e a vida dos empregados.

“O negacionismo do Palácio do Planalto interfere diretamente, e de forma negativa, na preservação da saúde dos trabalhadores. Não importam os recordes de casos e mortes por Covid-19 no país, o protocolo permanece insuficiente e inalterado como se as condições hoje fossem as mesmas de 1º de julho de 2020. Não importa que o Rio de Janeiro tenha a metade da população de São Paulo e se torne a cidade com o maior número de mortes no Brasil, o protocolo é o mesmo. Não importa que aumentem os casos de vítimas fatais, segue a pressão por metas e o rodízio é afrouxado, mesmo tendo funcionado melhor em momentos menos graves da pandemia”, critica o diretor do Sindicato do Rio, Rogério Campanate, que é membro da Comissão de Empresa dos Empregados (CEE/Caixa). O sindicalista lembra que a direção da empresa se alinha ainda ao governo ao mentir dizendo que “as pessoas estão em primeiro lugar enquanto na prática tem uma gestão que faz com que os empregados se sintam massacrados, humilhados e amedrontados”.

Soluções regionais

Diante da inércia da direção da Caixa, o Sindicato, a Associação dos Gestores da Caixa Econômica Federal do Estado do Rio de Janeiro (AGECEF-RJ) e a Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (APCEF-RJ)  agendaram uma reunião com o Superintendente da SR Capital, visando buscar soluções locais para os problemas ignorados em âmbito nacional. 

“A alteração no protocolo tem sido reivindicada pela CEE desde as mudanças feitas de forma unilateral pela direção da Caixa”, lembra Campanate.

Foi solicitado ao Superintendente que leve à direção da empresa a grave situação da pandemia no Rio de Janeiro para que se providencie, por exemplo, uma higienização mais eficaz nas unidades onde forem detectados casos confirmados ou suspeitos da Covid-19.

“A falta de confiança no formato atual de higienização das unidades é um dos grandes fatores de insegurança dos empregados”, acrescenta o dirigente sindical.

Pressão para retorno presencial

Também foi solicitada a intensificação do rodízio, no entanto o Superintendente argumentou que alguns empregados tem pedido o retorno ao trabalho presencial. Embora as entidades sindicais reconheçam a existência desses casos, há diversas denúncias de pressão para o retorno ao trabalho presencial por parte do gestor imediato, inclusive com a transferência de empregados em home Office. 

Algumas ações foram propostas e serão avaliadas em outra reunião, ainda sem data definida, como: Realização de Rodas de Diálogo das Superintendências com os Gerentes Gerais de Rede e destes com suas equipes para reforçar a importância da prevenção à Covid-19; reforço da necessidade de uso de máscaras, pois há muitas reclamações de que os próprios gestores de unidade não dão o exemplo; verificação do distanciamento exigido pela Prefeitura e da possibilidade de melhorias no processo de higienização das unidades e instalação do Fórum Regional de Condições de Trabalho, negociado em mesa permanente e composto pelas Superintendências, GIPES (Gerência de Gestão de Pessoas), GILOG (Gerência de Logística) e entidades representativas dos trabalhadores.

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