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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Como ponto alto da campanha contra a privatização da Caixa Econômica Federal e pela valorização dos seus empregados serão realizados atos públicos por todo o Brasil neste dia 12 de janeiro, data em que o banco público completa 160 anos. No Rio de Janeiro haverá atividades durante todo o dia: às 10 horas, apresentação da Cia de Emergência Teatral, na CEF do Aqwa Corporate, no Porto Maravilha; ao meio-dia, no prédio Passeio Corporate da CEF; e, às 15 horas, manifestação na Central do Brasil. A campanha é coordenada pela Contraf-CUT, federações, sindicatos e pela Fenae.
A história da Caixa se confunde com a do Brasil, tendo sido, desde a sua fundação em 1861, um banco social, voltado para os setores mais pobres da sociedade, sendo, também, um poderoso financiador do desenvolvimento econômico do país, presente em 97% dos 5.570 municípios para que suas ações sociais cheguem a quem precisa. Não é à toa que é um dos principais alvos do programa de privatizações do governo Bolsonaro, que pretende, ao desfazer-se dos bancos e demais empresas públicas, enfraquecer o país, tornando-o ainda mais dependente dos países desenvolvidos, sobretudo dos Estados Unidos. Bolsonaro batendo continência à bandeira daquele país foi o gesto que mais mostrou a que interesses o seu governo está subordinado.
Twitaço
Além dos atos, a campanha tem seu lado virtual, através da #PrivatizaNão #Caixa160anos e #MexeucomaCaixaMexeucomoBrasil. Haverá tuitaço de 11h às 13h, neste dia 12, usando estas hashtags.
A campanha é também pela valorização dos empregados que, como parte do projeto de desmonte para a privatização, vem tendo o seu contingente reduzido gradativamente, mesmo durante a pandemia, o que mostra o enorme descaso do governo com a população. A campanha questiona, ainda, a imposição de metas abusivas, em plena crise sanitária, a não realização de concurso – o déficit de pessoal já supera 19 mil empregados – aumentando a sobrecarga e o adoecimento. Todos podem participar pelas #MetaDesumanaÉCrime, #MetaDesumanaÉExploração e #MenosMetasMaisContratação.
Esta parte da campanha vai denunciar o caráter desumano da exigência de metas em plena pandemia, período em que a preocupação do governo Bolsonaro e da direção da CEF deveria ser em garantir a saúde e a vida dos empregados, através de medidas efetivas de prevenção. O atendimento à população só foi possível devido ao esforço heroico dos empregados, que se desdobraram em jornadas exaustivas mesmo tendo que enfrentar o desinteresse do governo, o risco de contaminação pela covid-19 e o quadro reduzido de pessoal. Neste período, a única iniciativa do governo foi impor a privatização fatiada do banco e metas abusivas, tendo levado os empregados ao adoecimento.
Direção da CEF menospreza as pessoas
Rogério Campanate, diretor do Sindicato e membro da Comissão Executiva dos Empregados, criticou a incompetência da direção da Caixa em lidar com as pessoas, o que se vê refletido, entre outros, em sua incapacidade de cumprir os prazos por ela mesma assumidos, como devolução de tarifas, prorrogação de home office, inclusão dos novos empregados no Saúde Caixa, conversão de APIP. “Nem sequer as metas conseguem estipular dentro do prazo, e despejam as consequências da própria incapacidade sobre os já sobrecarregados trabalhadores, imputando metas absurdas ao final do exercício”, afirmou.
Toda esta situação expõe os empregados a um estresse já elevado por conta do risco de contaminação pelo novo coronavírus. Rogério lembrou que, indiferente aos casos fatais, a direção da CEF mudou para pior os protocolos de prevenção ao covid-19, em julho. “Escolheu envidar esforços para produzir relatórios que concluam que não é possível afirmar que o empregado foi contaminado no ambiente de trabalho do que discutir os protocolos, sob o raso argumento de que atendem às determinações do Ministério da Saúde”, disse, numa referência à suspensão, entre outras, da exigência de fechamento de unidades para sanitização em casos de contaminação.
Criticou o vice-presidente da CEF, Paulo Ângelo, que se recusou a discutir que providências a direção do banco tomaria para reduzir o risco de contaminação na agência Chile, entulhada junto com a agência Largo da Carioca, fato que facilitou a contaminação e morte recente de um colega daquela unidade. “É fundamental que os empregados protejam-se mutuamente, evitando exposição a riscos, porque com a atual direção da Caixa não podem contar em absolutamente nada, além dos protocolos. Pedro Guimarães não permitirá combate sério a covid para não perder os tapinhas nas costas do Bolsonaro”, afirmou.
E lembrou: “Interessante pensar que quando entrei na CEF, com governo de direita, o banco estava sucateado e não dava lucro. No período dos governos progressistas, praticamente dobrou de tamanho, e desde o golpe de 2016 vem novamente encolhendo. E ainda tem gente que se acha ‘gestor’ e é incapaz de enxergar isso”.
O diretor Carlos Arthur Newlands, frisou que a Caixa e os empregados sofreram muitos ataques durante toda a sua história, como nos governos Collor e Fernando Henrique Cardoso, como estão sofrendo ataques neste momento, mas estão resistindo. “Vamos passar por estes tempos sombrios estando unidos na mesma luta”, disse.