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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Uma tragédia anunciada. Assim poderíamos descrever o falecimento, neste domingo (3/12), de Sidney da Silva Cerqueira, empregado da Caixa Econômica Federal vítima da covid-19. Devido a obras iniciadas em dezembro, toda a equipe da agência Carioca passou a trabalhar no térreo da agência Chile e os empregados desta, no segundo andar. Neste mesmo período foram confirmados quatro casos de contaminação: dois tesoureiros, no térreo, além de Sidney e um colega que testou positivo, mas se recuperou, porém, sem que a atual diretoria do banco tomasse qualquer medida para evitar uma ocorrência fatal.
Os diretores do Sindicato, José Ferreira e Sonia Eymard, estiveram no local, nesta segunda-feira (4/1), para conversar com toda a equipe – traumatizada com a morte do colega e com os casos de contaminação – e com os gestores. A entidade presta a sua solidariedade à família e amigos neste momento difícil.
Para Sonia, o que mais causou indignação foi o descaso da atual diretoria da CEF que não tratou a ocorrência de tantas contaminações seguidas como um sinal da gravidade da situação que criou ao entulhar duas agências em uma, o que resultou no óbito de Sidney. “Já começou errado, deixando de alugar um local onde trabalhariam os empregados da Carioca enquanto perdurassem as obras. Com isto, economizaram com a vida das pessoas, colocando em risco empregados e também clientes”, criticou Sonia.
O Sindicato vai cobrar a transferência da agência Carioca para um outro local. “Não existe a menor possibilidade de manter duas agências dentro de um único espaço físico em plena pandemia”, afirmou José Ferreira. Lembrou que o ‘jeitinho’ encontrado pela diretoria do banco foi uma irresponsabilidade e falta de respeito para com a vida humana. “Passaram a trabalhar no mesmo local, duas equipes atendendo a um público de alto volume. Se transformou num local de alto contágio”, argumentou.
Postura negacionista
A atual diretoria da Caixa tem tido uma postura de negar a gravidade da pandemia. Em julho retirou do protocolo interno de prevenção da covid-19 o item que previa o fechamento de agência com caso confirmado de contaminação. Este foi mais um retrocesso que ajudou a tornar ainda de mais alto risco a situação de funcionamento conjunto das agências Carioca e Chile, que mantiveram o atendimento, tendo sido feita apenas a higienização.
O fechamento é importante porque o novo coronavírus fica suspenso no ar por cerca de 16 horas, até pousar em uma superfície, segundo mostram pesquisas recentes. Por isto é fundamental suspender o funcionamento para que seja feita, não a higienização, mas a sanitização, uma limpeza mais profunda e eficaz para acabar com o vírus nas superfícies do local. Com a manutenção do atendimento, aumenta a possibilidade de contágio.