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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
Os empregados da Caixa Econômica Federal trabalham duro, inclusive tendo estado na linha de frente aos sábados, além da jornada, para garantir o pagamento do auxílio emergencial a milhões de brasileiros e brasileiras. Mas a nobre função dos bancários está ameaçada pela intransigência dos bancos nas negociações com a categoria. A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) quer impor reajuste zero à categoria (segundo o Dieese, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos, a perda é de 2,65%, em função da inflação do período), redução de até 48% na PLR, diminuição na gratificação de função que cairia de 55% para 50% e o fim da 13ª cesta alimentação. No Caso da Caixa, o banco ameaça ainda elevar o valor pago pelos funcionários do Saúde Caixa, plano próprio dos trabalhadores da empresa, tornando insustentável a situação para os usuários.
Contra a privatização
A possibilidade de greve repercutiu em todo o Brasil. No Rio, o jornal O Dia publicou matéria sobre o assunto. A categoria está preocupada com a necessidade de continuidade do atendimento à população e denuncia que a culpa do impasse é do presidente Jair Bolsonaro, do Ministro da Economia Paulo Guedes e do presidente da Cauxa, Pedro Guimarães, que tentam jogar o povo contra o banco e os trabalhadores para privatizar a empresa.
“Nós bancários, queremos o diálogo e uma solução negociada, até porque temos pelna ciência de nossa responsabilidade para com a população mais vulnerável neste momento de pandemia. Mas a intransigência da Fenaban, da direção da Caixa e do governo federal não nos deixa outra alternativa que não seja a greve, caso os bancos não apresentem uma proposta decente”, explica o vice presidente do Sindicato dos Bancários do Rio e presidente da Apcef/RJ (Associação do Pessoal da Caixa do Rio de Janeiro), Paulo Matileti. O sindicalista lembra que os empregados correm risco de vida para poder pagar o auxílio emergencial e a parte do FGTS liberada por causa da crise sanitária e econômica causada pelo novo coronavírus e agravada pela absoluta falta de medidas do governo federal.
“Privatizar a Caixa significa o fim dos programas sociais e nesta pandemia vimos que os bancos privados não ajudam em nada, só querem a fatia lucrativa, que é a especulação e os juros mais altos do mundo para endividar os brasilerios”, critica Matileti.
Em meio à greve nacional dos Correios, decretada na noite da última segunda-feira (17), os bancários da Caixa Econômica Federal também podem iniciar movimento grevista na próxima semana.
“A data base da categoria é 1º de setembro e não há mais tempo para esperar. Não queremos a paralisação. Queremos dignidade. Ou a Caixa e a Fenaban valorizam o trabalho dos bancários ou não teremos outra saída, que não seja a greve. Que fique claro que a culpa por possíveis transtornos é dos bancos e do governo”, acrescenta Matileti.
Quase 70% das categorias trabalhistas fecharam, este ano, acordos que tiveram aumento real ou reposição da inflação. Uma nova negociação com a Fenaban começou neste sábado (22), às 11 horas e continua provavelmente durante todo o dia. A categoria realiza assembleia em todo o país na próxima terça-feira, dia 25 de agosto, quando poderá ser decretada greve, caso os bancos não atendam as reivindicações dos trabalhadores.
Os bancários realizam uma forte campanha nas redes sociais contra a ganância dos banqueiros e a intransigência da Fenaban e da direção da Caixa e conta com a participação de toda a sociedade nesta luta por melhores condições de trabalho e de saúde e por dignidade.
Legenda: Paulo Matileti, vice-presidente do Sindicato e presidente da Apcef/RJ, disse que a greve é de responsabilidade dos bancos e do governo federal, que querem impor reajuste zero e retirar direitos dos bancários