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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) rejeitou, na mesa de negociação, as propostas da direção da Caixa Econômica Federal para a mudança no modelo de custeio do sistema de saúde dos bancários. O banco apresentou as alterações que pretende fazer no Saúde Caixa na reunião realizada na sexta-feira, dia 21 de agosto, através de videoconferência.
Críticas à Individualização
Os representantes do banco propõem a individualização por faixa etária do plano de saúde, alegando que a medida é necessária para a sustentabilidade do Saúde Caixa. A Comissão dos Empregados rebate estes argumentos e defende a manutenção do caráter solidário e intergeracional (que atende a todas as gerações)e o mutualismo (associação em que todos são beneficiados) do atual modelo. O teto de gastos de 6,5% na participação da empresa também é criticado pelos bancários, pois vai elevar os custos para os usuários, podendo chegar a ser impagável, como ocorre com os planos privados a medida que a pessoa envelhece.
Interesse na privatização
Para os sindicalistas, a afirmação de que os argumentos da empresa são necessários para melhorar a competitividade no mercado não têm fundamento, pois o banco, seguindo a lógica da atual direção e do governo Bolsonaro, tem perdido mercado.
Na reunião anterior os representantes do banco disseram que a individualização atende ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC33), padrões de contabilidade utilizados para avaliação do preço de mercado das empresas e abertura de capitais na Bolsa de Valores.
“Esta justificativa não tem nenhuma relação com a sustentabilidade do Saúde Caixa e muito menos com a necessidade de bem estar e de saúde dos empregados, mas só reafirma a intenção do Governo Bolsonaro em atrair o setor privado para a privatização da Caixa”, critica o diretor do Sindicato do Rio, Rogério Campanate, que faz parte da CCE.
Atualmente, o custo do Saúde Caixa é divido igualmente para todos os beneficiários. Com 70% do valor e mais os custos administrativos custeados pela empresa e o restante pago pelos trabalhadores. O modelo permite que todos os trabalhadores tenham condições de pagar o plano de saúde de forma solidária em todas as faixas etárias e condições salariais.
Novos usuários
Além disso, o banco disse que as modificações propostas estão de acordo com as resoluções da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União), que estabelece “que a contribuição da empresa estatal para o custeio do benefício de assistência à saúde não poderá exceder a contribuição dos empregados”. A Caixa alega ainda que precisa fazer as mudanças em função do envelhecimento dos usuários.
“A solução para o envelhecimento dos usuários está na inclusão dos novos funcionários concursados, o que irá oxigenar as contas do plano e garantir a sua sustentabilidade, mas o banco nega o ingresso destes trabalhadores para inviabilizar o plano e tentar fundamentar seus argumentos para as mudanças”, acrescenta Campanate.
Os representantes dos empregados criticaram duramente as propostas da Caixa. Para Edgar Antônio Bastos Lima, da Fenacef (Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas), as propostas não são sustentáveis para todos os empregados. “Precisamos ter o Saúde Caixa para todos os empregados, inclusive para os aposentados e para aqueles que ainda aguardam a decisão da Caixa em inseri-los no plano de saúde”, avaliou.
O movimento sindical critica também a falta de transparência e de informações nos dados da empresa sobre o plano de saúde.
Contratação
Após reivindicação da Comissão de Empregados, a Caixa sinalizou que está sendo estudada a contratação de mais empregados. A situação está sendo analisada pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest).
Uma nova mesa de negociação está agenda para a próxima segunda-feira (24) já com as propostas de PLR. O horário ainda será definido.
“É preciso intensificar a mobilização nas redes sociais. Temos que pressionar ainda mais para a direção da Caixa avançar nas negociações. Está claro que a conjuntura política do Governo Bolsonaro de ataques aos direitos dos trabalhadores torna esta campanha salarial ainda mais difícil, o que torna imprescindível a unidade e a participação de toda a categoria”, afirma o vice-presidente do Sindicato Paulo Matileti.
Propostas apresentadas pela Caixa
Confira os exemplos abaixo:
Fonte: Contraf-CUT