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A minuta do acordo coletivo específico deste ano foi entregue pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE) na tarde desta sexta-feira aos representantes da diretoria da Caixa Econômica Federal, de forma virtual. Durante o encontro foi definido o calendário de negociações, sendo a segunda no próximo dia 12, sobre saúde e segurança no trabalho.

A reivindicação principal é a da manutenção do ACT em vigor, acrescido de uma cláusula sobre teletrabalho, um assunto que não era para ser debatido agora, mas que passou a ser prioritário em função da pandemia. Rogério Campanate, diretor do Sindicato e membro da CEE, explicou que a cláusula tratará de questões pontuais do trabalho na Caixa, já que as de caráter geral da categoria serão foco de uma específica que passará a constar da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), a ser definida em negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban.

Coabitantes

Por insistência da CEE, foi debatida a questão da convocação de empregados para o retorno ao trabalho presencial. A Caixa se comprometeu a suspender a decisão. Outro compromisso foi o de que as pessoas que coabitam com familiares do grupo de risco entrem em teletrabalho. Aceitou, ainda, ainda a reforçar as orientações para realização de rodízio nas agências como forma de diminuir o tempo de exposição ao risco do contágio, além de estudar melhorias no protocolo, especialmente para mães e pais de crianças em idade escolar que não têm com quem deixar seus filhos em função das escolas estarem fechadas. Também foi acatada a solicitação de criação de um canal para denúncias, inclusive anônimas, sobre descumprimento do protocolo de prevenção à covid, que já se encontra disponível no pessoas.caixa.

Pesquisa

O Dieese apresentou os resultados de uma pesquisa realizada com aproximadamente 11 mil bancários, na qual ficou evidente a excessiva responsabilização do trabalhador por suas condições de trabalho, além da identificação de falta de ambiente e ergonomia adequados como principais problemas nas modalidades de teletrabalho. O levamento mostrou que a jornada de trabalho se configurou como um ponto fortemente negativo na Caixa. Enquanto na média, 35,6% dos bancários acusaram aumento da jornada de trabalho em home office, na Caixa esse aumento se deu para 57,3% dos entrevistados, ou seja, uma diferença de mais de vinte pontos percentuais.

Outro ponto em que a Caixa se destacou de forma negativa foi na realização de horas extras não remuneradas e que também não constituem banco de horas: 54,1% dos entrevistados que são empregados da empresa se encontram nessa situação. O índice de empregados que optariam por um regime misto de trabalho – presencial e home office – foi de 34,9% contra 42% na média dos bancários em geral.

Os representantes do banco informaram ainda que havia 177 empregados em trabalho remoto e cerca de quinhentos em equipe virtual com o objetivo de avaliar a eficácia dos modelos antes da pandemia, e que duas semanas depois já havia 30.000 empregados em projeto remoto por conta da pandemia. Este quantitativo chegou a 64.000 posteriormente, quando considerados os que participam de rodízio.

Calendário de Reuniões da mesa específica da Caixa

12/08 – Temática: Saúde e Segurança

17/08 – Temática: Igualdade e Cláusulas Sociais

19/08 – Temática: Cláusulas Sociais