Segunda, 03 Agosto 2020 19:54

Entidades representativas dos empregados cobram reunião com vice-presidente da Caixa

Sindicato do Rio entra em contato com Paulo Henrique Ângelo e pede uma negociação para tratar das condições de trabalho e de saúde dos bancários
Rogério Campanate solicitou ao vice-presidente da Caixa, Paulo Henrique Ângelo, uma reunião para tratar sobre saúde e condições de trabalho durante a pandemia Rogério Campanate solicitou ao vice-presidente da Caixa, Paulo Henrique Ângelo, uma reunião para tratar sobre saúde e condições de trabalho durante a pandemia

Esta semana houve visitas do Vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Paulo Henrique Ângelo, às agências da região metropolitana do Rio de Janeiro, cuja presença gerou incertezas e preocupação nos funcionários de algumas unidades visitadas, que relataram pouca cordialidade por parte do executivo

Segundo denúncias feitas ao Sindicato da Baixada Fluminense, a presença do vice não ocorreu de forma amistosa, mas aumentou a pressão sobre os funcionários.  Na quinta-feira, dia 30 de julho, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro foi informado de que Ângelo estava na Agência São Cristóvão. Assim que soube da informação, o diretor da entidade Rogério Campanate se dirigiu ao local para abordá-lo acerca da situação aviltante a que estão sujeitos os empregados da Caixa, inclusive colocados sob o risco de serem infectados pela Covid-19, no entanto, no momento em que o dirigente sindical chegou ao loval, o vice-presidente da empresa já havia saído da unidade.

“Como se não bastasse o bancário ser a categoria com os mais altos índices de licenciados por doenças ligadas ao estresse, a direção da Caixa representada por seu vice-presidente vem verificar se os gerentes estão seguindo as orientações do banco de encher as agências, que são ambientes fechados com aparelhos de ar-condicionado cujos dutos não passaram por qualquer tipo de limpeza preventiva para a pandemia, provando mais uma vez que a preocupação da empresa é com as reportagens que denunciam as filas na TV, mas não com as pessoas, sejam elas clientes ou empregados”, afirma o Campanate, que entrou em contato telefônico com o vice-presidente solicitando que seja agendada uma reunião com as entidades representativas dos empregados no Rio de Janeiro, como o Sindicato, a Apcef (Associação do Pessoal da Caixa) e Agecef (Associação dos Gestores da Caixa). O vice-presidente da empresa respondeu que “gostaria muito de atender a solicitação, no entanto já se dirigia ao aeroporto naquele momento”.

O sindicalista lembrou ainda que a categoria bancária e a de policiais são estatisticamente as que possuem o mais alto nível de estresse no Brasil. “Diante dessa demonstração de boa vontade solicitamos que fosse agendada uma reunião virtual, para a qual nos disponibilizamos de acordo com a agenda dele. A resposta a esta solicitação demonstrará se de fato há boa vontade da direção da empresa em dialogar com os empregados ou se, a exemplo do ocorrido nas visitas, trata-se apenas de um artifício para passar uma imagem que em nada condiz com a realidade”, acrescenta Campanate.

Carta à população

A Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) e a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) divulgaram uma carta aberta à população falando da importância de o Brasil ter um banco público como a Caixa Econômica Federal o que tem sido confirmado num momento de calamidade como desta pandemia do novo coronavírus em que o banco tem cumprido um papel social fundamental para a execução do pagamento do auxílio emergencial a milhões de brasileiros e cotidianamente para o saque do FGTS e do seguro-desemprego. No documento é destacado também o trabalho duro dos empregados, que não tem sido devidamente valorizado pela direção da empresa e que é preciso melhores as condições de trabalho e de saúde dos funcionários. O objetivo da carta é de sensibilizar a sociedade a se unir com a categoria na luta contra o projeto do Governo Bolsonaro de privatizar as instituições públicas, o que já foi anunciado publicamente pelo Ministro da Economia Paulo Guedes em diversas ocasiões.

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