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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Os Diretores do Sindicato dos Bancários do Rio, Carla Fabiana, Rogério Campanate, Sergio Amorim e Sonia Eymard fizeram na quarta-feira, 22 de julho, uma ronda em diversos andares do prédio da Caixa Econômica Federal, na Avenida Almirante Barroso, no Centro, unidade conhecida como Barrosão.
Os empregados denunciam que todos os trabalhadores estavam sendo convocados para retornar ao trabalho presencial sem nenhuma formalização por parte da gerência média, numa decisão eminentemente política da direção da Caixa que, na semana passada, deixou a cargo de cada vice-presidência a opção de manter ou não o home Office para os empregados que não compõem o grupo de risco.
Normas desrespeitadas
Apesar de muito esvaziado com a transferência de diversas unidades (áreas meio) para o prédio da Rua das Marrecas, o edifício ainda abriga três unidades de grande porte, com centenas de empregados: Gitec (Gerência de Filial de Suporte Tecnológico), Cedes (Centralizadora de Desenvolvimento) e Cepti (Centralizadora de Operações de Tecnologia da Informação), além de trabalhadores terceirizados. “Exatamente as unidades com maior número de empregados por metro quadrado e nenhuma necessidade de trabalho presencial foram chamadas de volta, e sem qualquer justificativa ou explicação” aponta Carla Fabiana.
A dirigente ressalta ainda que os empregados relataram terem sido chamados por telefone, em total desacordo com a norma empresarial. “Se a orientação para encaminhar os empregados para o Home Office foi formalizada por email corporativo, então o retorno também deve ser. A ausência de qualquer registro fragiliza o empregado e o gestor. Se houver o adoecimento por Covid-19 como caracterizar o acidente de trabalho? A empresa poderá alegar que ele voltou por vontade própria, pois não há convocação, ou que o gestor foi responsável individualmente por isso”, acrescenta a sindicalista. Durante a “blitz”, feita nos andares ocupados por estas unidades, todos os protocolos necessários à prevenção de contaminação por Covid-19 foram checados. “Observamos que, apesar de haver álcool gel nos elevadores e corredores de acesso aos gabinetes, não havia dispensers nos corredores internos ou no salão. Alguns poucos empregados sabiam que havia álcool gel 70% disponível, mas somente se fossem buscar no corredor ou no térreo. Quase todos trouxeram de casa sua própria garrafinha. Encontramos salas com tapete de entrada embebido com água sanitária trazida pelo próprio empregado. Perguntamos a todos os empregados se sabiam que a Caixa havia fornecido verba para a compra de máscaras e que estas já estavam disponíveis na governança. Nenhum respondeu que sabia”, relatou Sonia Eymard.
Protocolo
Os dirigentes sindicais avaliaram se nos locais de trabalho estão sendo usados os critérios do protocolo de intenções assinado pela Caixa com a Contraf-CUT (Confederação dos trabalhadores do Ramo Financeiro), o MPF (Ministério Público Federal) e o MPT (Ministério Público do Trabalho), de acordo com a Portaria Conjunta nº 20 (http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-conjunta-n-20-de-18-de-junho-de-2020-262408085) e as orientações da Prefeitura do Rio de Janeiro. Sergio Amorim destaca que "na superposição de orientações sobre a melhor conduta para garantir a segurança sanitária, há o entendimento do STF de que prevalece o regramento mais restritivo ou mais rígido”, no caso, as Regras de Ouro da Prefeitura do Rio de Janeiro (http://www.rio.rj.gov.br/web/vigilanciasanitaria/exibeconteudo?id=11294643), expedidas no dia 17 de julho de 2020.
Falta de informação
Rogério Campanate observou a total ausência de sinalização no Barrosão quanto aos protocolos de prevenção à Covid-19. “Muitos empregados não sabiam nem o que fazer ou pleitear em relação à sua própria segurança. Cuidados como o aumento da frequência da limpeza do local de trabalho, a abertura de janelas, o fornecimento gratuito de EPI (Equipamentos de Proteção Individual) não eram do conhecimento pleno de todos os trabalhadores”, afirmou.
Os empregados mostraram-se conscientes quanto ao uso de máscaras e todos trouxeram seu próprio equipamento de proteção. “Não havia a menor necessidade de retorno ao trabalho presencial em meio a uma pandemia, numa das três piores metrópoles do país em casos fatais pelo coronavírus. Várias empregadas com filhos pequenos relataram a angústia de ter que deixar seus filhos às pressas com vizinhos ou parentes, pois as escolas ainda não reabriram. Conversamos com alguns gestores que se mostraram abertos a avaliar estas situações, e o Sindicato está à disposição para ajudar nessa negociação”, explica Campanate. Após a visita ao prédio, o Sindicato recebeu a informação de que um colega do quinto andar do Barrosão testou positivo para Covid-19 e que o andar foi evacuado. “Orientamos os empregados e empregadas que os canais de denúncia do sindicato estão prontos para atendimento, e em diversas plataformas: site, Chat, WhatsApp, Facebook, Instagram e especialmente pelo email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O Sindicato bem como todas as demais entidades sindicais e associativas dos empregados da Caixa, em conjunto com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE Caixa) continua na luta pela manutenção do Home Office enquanto durar a pandemia e pela ampliação do grupo de risco. A participação dos empregados da Caixa na campanha salarial não está apenas na presença de dirigentes sindicais nas unidades. No último dia 23 de julho (quinta-feira), o Dia Nacional de Luta contou com a campanha #MexeucomACaixaMexeuComOBrasil no Twitter, Facebook e Instagram.