Domingo, 05 Julho 2020 22:45

Defesa do SUS e Saúde Caixa para todos devem ser reivindicações da campanha

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

 

Foi consenso entre os debatedores da mesa “Saúde e Previdência”, no 22° Encontro Estadual dos Empregados da Caixa Econômica Federal, neste domingo, feito virtualmente, que dois eixos centrais da campanha salarial deste ano devem ser o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e o Saúde Caixa para todo o funcionalismo. O médico da Comissão Executiva dos Empregados (CEE-Caixa), Albucaccis Pereira, a pandemia do novo coronavirus veio reforçar a importância do SUS e a necessidade de defender o seu fortalecimento uma luta dos bancários e de toda a sociedade.

“Os números de contaminados e mortos no Brasil são alarmantes, muito por conta do boicote feito pelo governo federal, mas seria muitas vezes pior não tivéssemos um Sistema Único de Saúde pública. O Brasil é uma país muito desigual. Por isto a população pobre foi a mais atingida. É urgente cobrar investimentos pesados na saúde pública, ou seja, lutar pelo SUS”, argumentou o médico.

Sindicatos: papel fundamental

Sobre a pandemia na CEF, o médico disse que o movimento sindical teve um papel determinante para evitar a disseminação da doença entre os empregados e entre os clientes e demais usuários. “A CEE e as entidades sindicais cobraram o estabelecimento de um protocolo de ações preventivas, como o uso de equipamentos individuais de proteção, distanciamento dentro das unidades, testagem, afastamento na ocorrência de sintomas e fechamento de agências. Mas precisamos avançar mais A pandemia ainda está aí e pode vir uma segunda onda”, advertiu.

Acrescentou ser um erro a explicação de que as pessoas do grupo de risco são mais vulneráveis ao contágio e que, na verdade, este grupo é, sim, o mais sujeito a morrer caso adoeça. “Nem as empresas ou os governos explicam isto, porque acham que tudo deve voltar a funcionar como antes, pouco se importando com a vida mas com o lucro, não entendendo que quanto menos medidas preventivas como o isolamento, forem tomadas a doença vai se espalhar”, explicou.

Saúde Caixa

Albucaccis  lembrou que com a CGPar, o governo impôs aos funcionários das estatais limitações crescentes nos planos de saúde: reduziu o número de participantes, limitou a contribuição das empresas a 50%, na Caixa individualizou o plano acabando com a solidariedade e deixando parte do funcionalismo sem cobertura. Por isto mesmo, defendeu a luta pelo Saúde Caixa para todos, com a manutenção e aumento de direitos.

Fabiana Proscholdt diretora da Contraf-CUT foi na mesma direção. Lembrou que a partir de 2019 foi dado início à campanha Saúde Caixa para todos, porque os que entraram a partir de 2018 ficaram de fora. “Enviamos ofícios ao banco solicitando a inclusão, a princípio durante a pandemia. Fizemos uma reunião com a Caixa no dia 25 de maio e esperávamos uma proposta concreta sobre a inclusão. Mas o banco não apresentou nada para resolver a questão dos novos colegas”, disse.

Na sua opinião deve-se agora intensificar esta luta e, mais do que isto, por um Saúde Caixa sem o teto dos 6,5% e com a empresa pagando os custos administrativos, mantendo a solidariedade. “A luta tem que ser para mantermos nossos direitos, seja nas condições de trabalho, seja no plano de saúde”, defendeu.

Funcef

O assessor da Fenae, Paulo Borges, falou sobre o fundo de previdência Funcef. Criticou as mudanças que visam atender ao mercado em detrimento dos empregados. Listou entre elas, a ampliação dos casos em que pode ser usado o chamado voto de Minerva, a redução do número de diretores de três para dois (indicados e eleitos) e a intenção de colocar na gestão representantes do mercado. Qualificou estas mudanças como grandes investidas contra os direitos dos participantes de criar dificuldades de gestão, todas sob a orientação do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, de modo a beneficiar bancos e outros grandes especuladores e utilizar os recursos do fundo de pensão para financiar privatizações.

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