Domingo, 05 Julho 2020 17:48
22º ENCONTRO ESTADUAL DA CAIXA

Empregados querem denunciar à população plano do governo de acabar com a Caixa pública

Diálogo com a sociedade é apontado como uma das estratégias importantes para impedir a privatização do banco
Rita Serrano, conselheira eleita do CA (Conselho de Administração) da Caixa participou dos debates do 22º Encontro Estadual dos Empregados, realizado por meio virtual Rita Serrano, conselheira eleita do CA (Conselho de Administração) da Caixa participou dos debates do 22º Encontro Estadual dos Empregados, realizado por meio virtual

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Imprensa SeebRio

 

Mesmo tendo sido demonstrada a importância de o Brasil ter um banco público como a Caixa Econômica Federal para atender às necessidades da população, o que ficou comprovado sobretudo neste momento da pandemia do novo coronavírus, o governo Bolsonaro mantém e fortalece a sua narrativa de que é preciso privatizar, não só este importante banco social, como todas as demais estatais. Por isto mesmo, é preciso dialogar com a sociedade sobre esta ameaça e apontar a necessidade de combater este projeto, mostrando os prejuízos que isto traria para todos os brasileiros, trabalhadores e empresas.

Este foi um dos alertas feitos pelos participantes da mesa de abertura do 22º Encontro Estadual dos Empregados da CEF, hoje pela manhã, virtualmente. Participaram Maria Fernanda ex-presidenta da estatal, Rita Serrano, conselheira de administração do banco e Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE-CEF).

Papel social do banco público

Rita Serrano, conselheira eleita do CA (Conselho de Administração) do banco frisou que a Caixa demonstrou ser fundamental atendendo à população de todo país, por exemplo, com o pagamento do auxílio emergencial, o que só foi possível por ser um banco estatal, com capilaridade de agências, autonomia e dados sobre quase toda a população. “Não fosse isto, o impacto da pandemia seria muito maior. Mas, apesar disto, o governo reforça a sua narrativa de que o Estado gasta muito e que para recuperar a economia é preciso cortar custos, reduzir serviços prestados à população e os investimentos públicos, e privatizar as estatais para atrair investimentos estrangeiros. E este projeto é, obviamente, um absurdo total, que vai jogar o país numa recessão econômica ainda maior que a prevista de queda de 9% do Produto Interno Bruto”, avaliou. Lembrou que é impossível o Brasil sair da crise sem investimento púbico.

Argumentou que é preciso dialogar com a sociedade sobre a necessidade de resistir. “Inclusive com os empresários que defendiam a privatização e com a pandemia viram como é fundamental termos um setor público forte, com um Sistema Único de Saúde de qualidade e bancos públicos que apoiem todos os segmentos sociais”, frisou. Denunciou que a disposição do governo em privatizar as estatais é tão descarada que o governo Bolsonaro vem divulgando internacionalmente que, com a pandemia, o preço de venda das estatais despencou, entre eles, o da CEF. Acrescentou que a Caixa vem sendo desmontada aos poucos através da venda de suas subsidiárias e que este processo tende a se agravar.  

Defendeu a continuidade do trabalho remoto em casa, mas apenas emergencialmente durante a pandemia. O home-office tem mostrado causar prejuízos à saúde e à vida dos trabalhadores, que sofrem pressão, por exemplo, extrapolando em muito a sua jornada.

A ex-presidente da Caixa, Maria Fernanda, disse que o ‘remédio’ do governo Bolsonaro para sair da crise aprofundada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus - corte nos investimentos públicos, nas verbas de setores sociais como a saúde e privatização das estatais -  mesmo tendo o SUS, a Caixa e todo o setor público mostrado a sua importância nesta pandemia, pode ter efeitos piores que a doença. “Até parece que não há uma pandemia. Toda a sociedade entende a importância do setor público, o que mostra o distanciamento entre o governo e a sociedade”, criticou.

Novos concursos

Defendeu a luta pela realização de concurso na CEF, onde o número de empregados foi reduzido de 114 mil para 84 mil. “A sobrecarga de trabalho e o adoecimento são evidentes. Ém disto, existe a necessidade de atender a população com qualidade”, afirmou. Disse sobre o Saúde Caixa que com o teto de 6,5% e as normas da CGPar a situação ficou insustentável. Defendeu a manutenção da Caixa na mesa única de negociação da campanha salarial e o acordo coletivo específico.

Mesa única

Após a mesa de abertura vieram os debates dos seguintes temas: às 12 horas, mesa sobre ‘Defesa da Vida’ (cumprimento das normas de proteção contra o covid-19 e condições de trabalho), com Sérgio Takemoto, presidente da Fenae e o economista do Dieese, Fernando Amorim; às 14 horas, ‘Saúde e Previdência’ (Saúde Caixa e Funcef), com Fabiana Proscholdt diretora da Contraf-CUT, o médico da CEE-Caixa, Albucacis e o assessor da Fenae, Paulo Borges; e às 16 horas, debate sobre ‘Direitos’: organização da luta da campanha salarial em defesa de direitos como a manutenção da Caixa na mesa única e, consequentemente na CCT, e pela preservação do acordo específico. Dela participam o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, José Ferreira e a técnica do Dieese, Carolina Gagliano.

Às 17 horas haverá a aprovação das propostas do Rio de Janeiro a serem levadas para o 22° Conecef. Serão também eleitos os delegados ao Congresso.

 

 

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