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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Mesmo tendo sido demonstrada a importância de o Brasil ter um banco público como a Caixa Econômica Federal para atender às necessidades da população, o que ficou comprovado sobretudo neste momento da pandemia do novo coronavírus, o governo Bolsonaro mantém e fortalece a sua narrativa de que é preciso privatizar, não só este importante banco social, como todas as demais estatais. Por isto mesmo, é preciso dialogar com a sociedade sobre esta ameaça e apontar a necessidade de combater este projeto, mostrando os prejuízos que isto traria para todos os brasileiros, trabalhadores e empresas.
Este foi um dos alertas feitos pelos participantes da mesa de abertura do 22º Encontro Estadual dos Empregados da CEF, hoje pela manhã, virtualmente. Participaram Maria Fernanda ex-presidenta da estatal, Rita Serrano, conselheira de administração do banco e Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE-CEF).
Papel social do banco público
Rita Serrano, conselheira eleita do CA (Conselho de Administração) do banco frisou que a Caixa demonstrou ser fundamental atendendo à população de todo país, por exemplo, com o pagamento do auxílio emergencial, o que só foi possível por ser um banco estatal, com capilaridade de agências, autonomia e dados sobre quase toda a população. “Não fosse isto, o impacto da pandemia seria muito maior. Mas, apesar disto, o governo reforça a sua narrativa de que o Estado gasta muito e que para recuperar a economia é preciso cortar custos, reduzir serviços prestados à população e os investimentos públicos, e privatizar as estatais para atrair investimentos estrangeiros. E este projeto é, obviamente, um absurdo total, que vai jogar o país numa recessão econômica ainda maior que a prevista de queda de 9% do Produto Interno Bruto”, avaliou. Lembrou que é impossível o Brasil sair da crise sem investimento púbico.
Argumentou que é preciso dialogar com a sociedade sobre a necessidade de resistir. “Inclusive com os empresários que defendiam a privatização e com a pandemia viram como é fundamental termos um setor público forte, com um Sistema Único de Saúde de qualidade e bancos públicos que apoiem todos os segmentos sociais”, frisou. Denunciou que a disposição do governo em privatizar as estatais é tão descarada que o governo Bolsonaro vem divulgando internacionalmente que, com a pandemia, o preço de venda das estatais despencou, entre eles, o da CEF. Acrescentou que a Caixa vem sendo desmontada aos poucos através da venda de suas subsidiárias e que este processo tende a se agravar.
Defendeu a continuidade do trabalho remoto em casa, mas apenas emergencialmente durante a pandemia. O home-office tem mostrado causar prejuízos à saúde e à vida dos trabalhadores, que sofrem pressão, por exemplo, extrapolando em muito a sua jornada.
A ex-presidente da Caixa, Maria Fernanda, disse que o ‘remédio’ do governo Bolsonaro para sair da crise aprofundada pelos efeitos da pandemia do novo coronavírus - corte nos investimentos públicos, nas verbas de setores sociais como a saúde e privatização das estatais - mesmo tendo o SUS, a Caixa e todo o setor público mostrado a sua importância nesta pandemia, pode ter efeitos piores que a doença. “Até parece que não há uma pandemia. Toda a sociedade entende a importância do setor público, o que mostra o distanciamento entre o governo e a sociedade”, criticou.
Novos concursos
Defendeu a luta pela realização de concurso na CEF, onde o número de empregados foi reduzido de 114 mil para 84 mil. “A sobrecarga de trabalho e o adoecimento são evidentes. Ém disto, existe a necessidade de atender a população com qualidade”, afirmou. Disse sobre o Saúde Caixa que com o teto de 6,5% e as normas da CGPar a situação ficou insustentável. Defendeu a manutenção da Caixa na mesa única de negociação da campanha salarial e o acordo coletivo específico.
Mesa única
Após a mesa de abertura vieram os debates dos seguintes temas: às 12 horas, mesa sobre ‘Defesa da Vida’ (cumprimento das normas de proteção contra o covid-19 e condições de trabalho), com Sérgio Takemoto, presidente da Fenae e o economista do Dieese, Fernando Amorim; às 14 horas, ‘Saúde e Previdência’ (Saúde Caixa e Funcef), com Fabiana Proscholdt diretora da Contraf-CUT, o médico da CEE-Caixa, Albucacis e o assessor da Fenae, Paulo Borges; e às 16 horas, debate sobre ‘Direitos’: organização da luta da campanha salarial em defesa de direitos como a manutenção da Caixa na mesa única e, consequentemente na CCT, e pela preservação do acordo específico. Dela participam o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, José Ferreira e a técnica do Dieese, Carolina Gagliano.
Às 17 horas haverá a aprovação das propostas do Rio de Janeiro a serem levadas para o 22° Conecef. Serão também eleitos os delegados ao Congresso.