Mais de um milhão de casos confirmados de Covid-19 no Brasil. Mais de 50 mil mortos. Os números parecem não significar nada para a direção da Caixa. Depois de transformar o quero atender.caixa em ferramenta para retirar empregados do revezamento em Home Office após negociação com os sindicatos, a direção da Caixa Econômica Federal convocou cerca de 30% de seus funcionários de área-meio para retornar ao trabalho presencial desde a última segunda-feira, 22 de junho. Em muitos casos a convocação é feita por telefone, sem caráter documental, o que dificulta a comprovação da medida descabida.

“Chama a atenção também o fato de que os trabalhadores convocados em sua grande maioria não atuam diretamente com o público, e vinham desempenhando suas funções via trabalho remoto sem perda de produtividade”, explica o diretor do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Empregados, Rogério Campanate.

Protocolo descumprido

O vice-presidente do Sindicato Paulo Matileti também criticou o descaso da direção da Caixa com a vida dos bancários. “A Caixa descumpre o protocolo de intenções firmado pela direção da empresa no dia 28 de maio deste ano com os empregados, a Contraf-CUT, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal”, ressalta.

O Sindicato critica ainda a incoerência da flexibilização feita de forma unilateral em relação às medidas de proteção ao Covid-19 como a orientação da própria empresa de prorrogar o Home Office até o dia 30 de junho. A pedido dos sindicatos, a Contraf-CUT encaminhou ofício solicitando a reversão dessa desnecessária convocação ao trabalho presencial e o restabelecimento das negociações com as entidades sindicais. Os bancários querem fazer valer os protocolos sanitários e de proteção e a implementação e aprimoramento das medidas do protocolo de Intenções para enfrentar o avanço do novo coronavírus e garantir a proteção da saúde e da vida dos funcionários.