EXPEDIENTE DO SITE
Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
As filas formadas diariamente em frente às agências da Caixa Econômica Federal para o pagamento do Auxílio Emergencial têm revelado o drama de milhões de brasileiros, que hoje dependem do benefício para sobreviver, além disso, têm exposto as dificuldades de garantir atendimento digno e seguro. O problema da população ganha visibilidade, mas as enormes dificuldades enfrentadas por bancários e bancárias para enfrentar esse desafio continuam sem a atenção necessária. Ao contrário, apesar do imenso esforço para continuarmos trabalhando e atendendo o público, somos alvos de críticas infundadas por total desconhecimento da realidade atual da categoria.
Os funcionários da Caixa têm consciência do seu papel social e orgulho de fazer parte de um banco público que há mais de 150 anos presta serviços à população mais necessitada. Não há recusa ou falta de empenho no atendimento, apesar da recente redução de pessoal: nos últimos cinco anos, 15 mil funcionários deixaram o banco. Com esse quadro, a Caixa assume a responsabilidade de acolher as 50 milhões de pessoas habilitadas para receber o Auxílio Emergencial. Outros 26 milhões estão na fila, aguardando análise. Calcula-se que o número total de beneficiados possa chegar a 90 milhões de brasileiros. Estes números trazem à tona o quadro de precarização do mercado de trabalho no país, fruto dos ataques aos direitos do trabalhador realizados nos últimos anos através da Reforma Trabalhista e de outras medidas. Quase metade da população brasileira está à margem do mercado formal de trabalho.
Os bancários têm enfrentado riscos diários, atendendo a filas inesgotáveis, para que os benefícios cheguem às mãos dos mais necessitados. Mesmo sem as condições ideais de segurança, os empregados da Caixa têm se desdobrado para executar a missão que lhes foi confiada. O Sindicato dos Bancários do Rio e as diversas associações de funcionários da Caixa, preocupados com a segurança e a saúde dos empregados, têm realizado incessantes cobranças e negociações para que não faltem nas agências equipamentos de proteção, como barreiras de acrílico, máscaras e álcool gel. E garantimos avanços nesse sentido. Temos, ainda, insistido na necessidade de agendamento do atendimento, no investimento em campanhas informativas, na contratação de empresas para organização e triagem nas agências, além da incorporação das demais instituições financeiras no pagamento do auxílio, sendo que nenhuma dessas reivindicações, que minimizariam os problemas enfrentados, tenham sido atendidas até o momento.
Mesmo diante de todas as dificuldades, seguimos cumprindo nosso papel. Muitos bancários estão adoecendo, três já perderam a vida no município. Manter as agências abertas tem sido um esforço diário para os funcionários e o fechamento se dá apenas em caso de suspeita concreta de contaminação de um funcionário por coronavírus. Portanto, nesses casos a suspensão do atendimento se torna necessária para que haja descontaminação da agência, garantindo a volta ao funcionamento com segurança para bancários e clientes. Diante dessa realidade, nos causa profunda indignação saber que um jornalista é capaz de afirmar que “qualquer espirro leva ao fechamento de agências da Caixa”. Além de mentirosa, essa é uma fala absolutamente desrespeitosa com a nossa categoria. Lamentamos profundamente que órgãos de comunicação prestem um desserviço num momento tão grave quanto o que vivemos. Assim como respeitamos os jornalistas, que têm papel importante e continuam em suas funções durante a pandemia, exigimos respeito ao nosso esforço diário, pois arriscamos nossa saúde e nossa vida para cumprir, com profissionalismo e consciência, o papel que nos cabe.
Sindicato dos Bancários Rio; Associação de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal (APACEF); Associação de Gerentes da Caixa Econômica Federal (AGECEF); Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal (APECEF); Associação dos Advogados da Caixa Econômica Federal (ADVOCEF); Associação dos Servidores do Ex-BNH e CEF (ASAS-BNH); Associação dos Técnicos Sociais da Caixa (SOCIAL CAIXA); Associação Nacional dos Avaliadores de Penhor da Caixa Econômica Federal (ANACEF); Associação Nacional dos; Engenheiros e Arquitetos da Caixa (ANEAC); Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (FENAE)