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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Por Olyntho Contente
Da Redação do Seeb/Rio
Mesmo em plena pandemia do novo coronavírus, a diretoria da Caixa Econômica Federal não apresentou, na rodada de negociação da quarta-feira (29/4), à Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e à Contraf-CUT, uma proposta de inclusão dos mais de dois mil empregados que estão sem plano de saúde. Na campanha salarial de 2018, ficaram de fora do Saúde Caixa, devido à resolução 23 da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União) de 2017, que além de obrigar a alteração do modelo de custeio, fechou os planos das estatais, para novas adesões e exigiu uma série de adequações. No caso do banco, ficaram sem cobertura os admitidos após 31 de agosto de 2018. Pelo acordo coletivo da época, estes empregados tiveram garantida apenas uma assistência que consiste no reembolso de parte do valor de um plano de saúde do mercado.
Alteração do Estatuto
Em 2017 o Estatuto da Caixa foi alterado, passando a prever um teto para custeio do Saúde Caixa de 6,5% da folha de pagamentos, o que, conforme projeções, inviabiliza a sustentabilidade do plano a médio prazo. Sistematicamente, as entidades representativas dos empregados passaram a cobrar os números necessários para realização de cálculos atuariais que fundamentem a discussão das adequações exigidas. No entanto esses números não foram todos fornecidos. Para cobrar as repostas e visando a inclusão dos colegas sem cobertura, foram realizados diversos dias de luta com o lema “Saúde Caixa para todos”.
Situação agravada
A pressão aumentou a partir da pandemia mundial do Covid-19 por motivos óbvios, e, também, porque a maioria dos empregados sem plano são portadores de deficiência. Em 25 de março último, foi encaminhado ofício solicitando mesa de negociação para tratar do Saúde Caixa, especialmente a inclusão dos novos empregados. O banco agendou reunião apenas para este dia 29, dando a entender que apresentaria uma proposta para efetivar a inclusão. Mas não foi o que aconteceu, não sendo apresentada qualquer proposta concreta para análise das entidades e discussão com suas bases, mostrando total descaso para com a vida de mais de duas mil pessoas.
“A partir desta atitude que mostrou insensibilidade com a vida humana, a CEE cobrou o agendamento urgente de uma rodada para a apresentação de propostas objetivas de inclusão dos empregados que se encontram sem cobertura em meio a esta pandemia”, explicou o diretor do Sindicato e membro da CEE, Rogério Campanate. No encontro os sindicalistas cobraram ainda o respeito à jornada de trabalho (os empregados estão sofrendo verdadeiro massacre chegando a trabalhar mais de 12 horas por dia); a manutenção do rodízio como forma de diminuir o tempo de exposição ao risco de contaminação; o funcionamento dos sistemas que vem impactando o atendimento à população e um programa de testagem que proporcione mais segurança aos empregados.