Segunda, 27 Abril 2020 20:13

Sindicatos cobram melhores condições de trabalho e proteção para os funcionários

O diretor do Sindicato José Ferreira durante a reunião com a Caixa, através de videoconferência O diretor do Sindicato José Ferreira durante a reunião com a Caixa, através de videoconferência

O Comando Nacional dos Bancários e a Comissão de Empresa dos Empregados realizaram na segunda-feira, 27 de abril, mais uma negociação através de videoconferência, com a Caixa. Os funcionários, mesmo orgulhosos da missão social que exercem em prol do povo brasileiro, reivindicam melhores condições de trabalho para que possam ter sua saúde preservada diante do rápido crescimento no número de pessoas infectadas pelo Covid-19 no Brasil.
Os representantes dos bancários voltaram a cobrar a necessidade de o banco criar uma campanha na mídia para esclarecimento à população a respeito dos meios disponíveis para o recebimento do auxílio emergencial para evitar aglomerações nas agências. A Caixa apresentou diversos materiais, inclusive filipetas para distribuição em comunidades, confeccionados para esta divulgação. Os sindicalistas avaliam a medida como insuficiente e cobraram que essas orientações sejam veiculadas de forma massiva na grande mídia. “É preciso massificar essas informações nos grandes veículos de comunicação, como a televisão e as redes socais para evitar as aglomerações e preservar a saúde e a vida dos empregados e clientes”, explica o diretor do Sindicato Rogério Campanate, que participou da reunião com o banco.

Equipamentos de proteção

Sobre os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) a empresa informou que quase a totalidade das agências da empresa no Brasil já possuem álcool gel e máscaras (no Rio de Janeiro todas as unidades já receberam). No entanto, apenas 41,11% das unidades receberam máscaras do tipo Face Shield, e em quantidade insuficiente. Quanto à instalação de placas protetoras nos guichês, aproximadamente 84% já tiveram o equipamento instalado.

Trabalho ‘voluntário?

A direção da Caixa criou de forma unilateral, sem negociação prévia com as entidades representativas, a ação especial de atendimento “Quero atender”, que consiste na inscrição voluntária de empregados que não pertencem a grupos de risco para auxiliar no atendimento nas agências que sofrem com superlotação e sobrecarregam os funcionários que estão trabalhando no atendimento ao público. Em função da necessidade de rodízio, as equipes de trabalho estão reduzidas em cerca de 30% nas unidades.
“Temos recebido denúncias de que gestores estão forçando os empregados a auxiliarem no atendimento das agências, o que descaracteriza o prometido espírito ‘voluntário’ da iniciativa do banco. São situações como esta que mostram que é fundamental o diálogo da empresa com os representantes dos trabalhadores antes que seja tomada qualquer medida”, ressalta Campanate.

Defesa do agendamento

A Caixa informou ainda que foram finalizados mais de 48 milhões de cadastros e creditados mais de 39 milhões de benefícios do auxílio emergencial. A área de tecnologia precisou expandir sua capacidade de 200 mil para 500 mil conexões simultâneas.
Os representantes da empresa ressaltaram ainda desconhecer, no mundo, empresa que tenha desenvolvido em 15 dias projeto para a realização de uma política pública desta envergadura.
“Não dá para entender como uma empresa com toda a capacidade de viabilizar em tão pouco tempo o pagamento do auxílio emergencial não consegue pro em prática o sistema de agendamento reivindicado pelas entidades sindicais desde o início da pandemia”, critica o diretor do Sindicato José Ferreira.

Mídia