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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) enviou, nesta quinta-feira (20), um ofício à Caixa Econômica Federal pedindo explicações sobre cobranças abusivas de metas e assédio moral.
Sindicatos de todo o país têm recebido denúncias de empregados e empregadas do aumento da pressão, inclusive com prática de assédio moral, através de metas individualizadas por gerentes, diárias, semanais e mensais.
“Há relatos de exposição constrangedora daqueles que não alcançam os resultados”, disse o diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Rafael de Castro, lembrando que tanto rankings individuais, quanto o constrangimento não são permitidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
“E, para além da CCT, a Justiça tem classificado o constrangimento como assédio e condenado as empresas que têm essa prática”, completou o dirigente sindical.
Dupla cobrança de metas
Swgundo os bancários, além das cobranças pelo cumprimento das metas da Caixa há ainda outras específicas das Superintendências Regionais, exigindo resultados ainda maiores do que os estipulados pelo banco, com a finalidade de se destacar nacionalmente.
“O que nos chegou, é que a ideia é mensurar a produção individual, gerar disputa, para justificar transferências (promoções e descensos) conforme a produção”, informou o coordenador da CEE.
“A justificativa utilizada é que, para o desenvolvimento da equipe, é preciso mensurar a produção individual. Ou seja, utilizam rankings individuais, que não são permitidos, além de planilha de quota parte e outros meios mensuração”, completou.
No ofício, a Contraf-CUT observa que as cobranças são de que não basta apenas estar no azul. “É preciso entregar todas as metas do Time de Vendas (TDV), das campanhas e o sprint que a SR pedir. E, mesmo que se tenha cumprido as metas individuais e de agência, se a SR ou Sev de vinculação estiver abaixo da meta, mesmo com a agência estando no azul, é preciso fazer mais para que a SR ou a Sev alcance o seu objetivo”, diz um trecho do ofício.
“Gerentes que apresentem questões propositivas às práticas de cobranças são assediados e ficam com o estigma de empregados contestadores”, disse Rafael.
Bancários adoecidos
A situação tornou-se insustentável para os trabalhadores da empresa e tem levado ao adoecimento de muitos bancários, fato corriqueiro também nos bancos privados.
A pressão é exercida tanto para os empregados que estão no regime de trabalho remoto, quanto para as equipes da rede de agências e departamentos.
Desconto em licenças
Outra prática que tem causado mal-estar entre os trabalhadores da Caixa, segundo os relatos, é de que estão sendo descontados, no valor do bônus, os períodos de licença médica.
“Cobramos da Caixa uma reunião o mais rápido possível para tratar sobre esses temas”, completou o coordenador da CEE/Caixa.