Sexta, 22 Novembro 2024 16:33

Ex-vice-presidente da Caixa é demitido por assédio sexual

Investigação ficou a cargo da Controladoria-Geral da União (CGU). Foto: Agência Brasil. Investigação ficou a cargo da Controladoria-Geral da União (CGU). Foto: Agência Brasil.

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Imprensa SeebRio

O ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Antônio Carlos Ferreira de Sousa foi demitido por justa causa nesta sexta-feira (22) em decorrência de atos de assédio sexual e moral. A pena aplicada pela Controladoria Geral da União (CGU) é a maior do serviço público, e foi definida após o ministério confirmar diversas práticas vexatórias de humilhação, constrangimento e insinuação às vítimas entre 2021 e 2022. A informação é do site G-1.

O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, José Ferreira, lembrou que há mais envolvidos e cobrou celeridade nas investigações. Disse, ainda, que é importante que esta punição seja apenas o começo para encorajar todas as bancárias a denunciarem o assédio que sofrerem.

“Esse é o primeiro a ser punido, já que as denúncias de assédio vinham ocorrendo desde a gestão de Pedro Guimarães. A punição dos assediadores foi cobrada pelos sindicatos, teve acompanhamento, inclusive, da Rita Serrano, que à época era a nossa representante no conselho de administração, e o que a gente viu foi uma morosidade na conclusão das investigações e da punição dos envolvidos”, afirmou.

‘Com Pedro Guimarães, assédio sexual virou modelo de gestão’ – Segundo o blog da jornalista Juliana Braga, Sousa foi afastado da vice-presidência em julho de 2022, após o caso vir à tona, mas continuou na Caixa por ser funcionário de carreira. Com a demissão, ele está proibido de exercer cargo comissionado por 8 anos e está fora do banco.

O caso foi revelado pelo site "Metrópoles" em matérias sobre episódios de assédio sexual por parte de Pedro Guimarães entre 2021 e 2022. O blog mostrou como o então presidente transformou o assédio em modelo de gestão, com auxílio de aliados como Sousa. Em 2023, Guimarães virou réu por sete acusações de assédio sexual e oito de importunação.

Perseguições – Juliana Braga lembra ainda que Antônio Carlos Ferreira de Sousa foi vice-presidente de Estratégia e Pessoas (VIEPE) e de Logística e Operações (VILOP) durante a presidência de Pedro Guimarães entre 2019 e 2022. Segundo revelado pelo blog, Soares foi um dos responsáveis por implementar uma "perseguição implacável" contra os funcionários.

Uma de suas atribuições era fazer um relatório que ficou conhecido como "dossiê KGB". Tratava-se de uma devassa na vida pessoal do funcionário, questionando-o sobre as amizades, as suas posições políticas e as de seus amigos, além da religião. Se fosse considerado de esquerda ou amigo de alguém de esquerda, por exemplo, estava condenado à morte profissional.

Canal de denúncias – A demissão acontece após a conclusão de um processo conduzido pela própria CGU, dada a complexidade do caso e a hierarquia da autoridade envolvida. A correição foi aberta a partir de diversas denúncias no canal Contato Seguro da Caixa, relatando perseguições a empregados, destituições de cargos sem justificativa e assédio sexual.

A apuração verificou o assédio moral caracterizado por tratamento desrespeitoso, humilhação, ameaça e constrangimento das vítimas.

Também foi confirmado o assédio sexual com emprego, ainda, de constrangimento e intimidação, como elogios inapropriados, insinuações e convites insistentes e impertinentes.

Antônio Carlos Soares era funcionário de carreira da Caixa desde 1989. Em 2003, foi cedido ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), onde ficou até 2018. Em 2021, foi nomeado vice-presidente de Logísitica e Operações do banco.

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