Sexta, 11 Outubro 2024 09:38

Calendário de negociações permanentes é definido na Caixa

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da Contraf-CUT 

A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE-Caixa) se reuniu com a direção do banco nesta quinta-feira (10). Na pauta, as negociações permanentes sobre questões relevantes para as empregadas e empregados, como a definição dos critérios e forma de pagamento dos deltas referentes à promoção por mérito, questões relacionadas ao Saúde Caixa e a continuidade das negociações sobre as demandas de caixas e tesoureiros. 

“Nosso papel, como movimento sindical, é defender os interesses das empregadas e empregados e a manutenção do caráter público da Caixa. Neste sentido, nossa luta é por valorizar o banco como instrumento fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país e o reconhecimento de que as empregadas e empregados são os responsáveis pela execução das tarefas necessárias para que a Caixa cumpra este papel e, consequentemente, também precisam ser valorizados”, disse o coordenador da CEE, Rafael de Castro.

Promoção por Mérito

Os trabalhadores da Caixa cobram do banco a valorização de tarefas fundamentais da estatal relacionadas ao papel do banco público, como o atendimento aos beneficiários dos programas sociais e do FGTS e que estas atividades sejam levadas em consideração na avaliação para a Promoção por Mérito. 

Caixas e tesoureiros 

As demandas de caixas e tesoureiros e do Saúde Caixa também serão temas das reuniões de negociações permanentes. 

Datas das negociações 

A reunião do GT de Promoção por Mérito ficou marcada para o dia 15 de outubro, às 10h30, por videoconferência. Mas a CEE ressaltou a necessidade de o banco passar, antes do encontro, informações sobre o orçamento definido para o pagamento dos deltas, os números do pagamento da promoção por mérito referente a 2023 (paga neste ano), quantos empregados existem em cada referência. O banco ficou de mandar as informações para a representação dos trabalhadores na segunda-feira (14).

A reunião do GT Saúde Caixa ficou agendada para o dia 21 de outubro, às 10h30, também por videoconferência. Além da apresentação dos números do plano, também estarão em pauta a discussão sobre o fim do teto de custeio pelo banco com a saúde dos empregados, estabelecido atualmente em 6,5% da folha de pagamentos; a extensão do direito de manutenção do plano após aposentadoria aos empregados contratados a partir de 2018; a continuidade da implementação e funcionamento das gerências e representações regionais de pessoas (Gipes e Repes) e a criação dos comitês regionais de credenciamento e descredenciamento; a taxação do plano prevista no PLP 68/2024, que tramita no Senado; e questões relacionadas à auditoria do plano.

O debate sobre caixas e tesoureiros ficou agendada para o dia 29 de outubro, às 10h. O encontro será presencial em Brasília.

Ao final das negociações, o tema não teve definição para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e foi acordado que a Caixa teria 50 dias para que sejam apresentadas alternativas aos pontos tratados durante a campanha. 

“Sobre esse item, reforçamos, é primordial que a Caixa nos dê acesso a dados antecipadamente, pois temos que conversar com os empregados. A Caixa tem que nos passar as informações para que a gente realize plenárias e converse olho-no-olho com as empregadas e empregados. Com clareza e a certeza dos dados”, disse Rafael de Castro. “Com os dados em mãos, vamos conversar com os empregados, ouvir o que eles têm a dizer para podermos encaminhar o debate com a Caixa”, completou.

A CEE pediu as seguintes informações para a Caixa:

• a quantidade de empregados que realizam a função por minuto e por prazo;

• quantos realizam a função minuto e por prazo de forma ininterrupta e quais as funções eles realizam de forma efetiva;

• informações sobre o passivo trabalhista envolvendo esse segmento em ações referente ao intervalo de 10 minutos a cada 50 minutos de trabalho (10/50); quebra de caixa, 7ª e 8ª horas-extras e substituição de função;

• a quantidade de caixas e tesoureiros afastados para tratamento de saúde.

A Caixa ficou de passar as informações à CEE até o dia 17 de outubro, para que esta as repasse aos sindicatos e eles realizem plenárias sobre o tema com os empregados e empregadas até o dia 25 de outubro e a CEE tenha estes debates relatados pelos sindicatos antes do dia 29, quando será realizada a reunião de negociação com o banco.

Outros temas

Sobre o tema Banco do futuro, para o coordenador da CEE, a transição para o futuro precisa atender a necessidade do banco e da sociedade, sem prejudicar os empregados. 

“A Caixa é mais do que um banco. Ela precisa enxergar onde está seu nicho de atendimento e investir pesado em oferta de soluções financeiras a uma multidão que anseia por nossos serviços, mas que há mais de uma década é jogada para as lotéricas, fintechs e cooperativas” observou. Para ele, a Caixa não pode abrir mão de disputar todos os segmentos de mercado. “A relevância da Caixa 100% pública se faz em todos os níveis de atendimento. E precisamos retomar a confiança de um grande público que foi posto pra fora do banco numa política equivocada de diminuir atendimentos, que resultou em migração em massa de nossos clientes (e sua rentabilidade) para instituições que cobram 10%, 12%, 15% de juros em operações de crédito pra quem poderia muito bem estar pagando taxas muito menores que são cobradas pela Caixa, ampliando nosso resultado e fazendo a Caixa cumprir seu papel de agente de políticas públicas”, ressaltou.

Condições de trabalho

Outro tema que voltará a ser tratado assim que forem encaminhados os temas mais urgentes é o que se relaciona com as condições de trabalho dos empregados. 

Teia e Minha Trajetória

A CEE também quer retomar o debate sobre os programas de desenvolvimento e de avaliação de desempenho dos empregados, para permitir verdadeiramente o desenvolvimento de todos e evitar que sejam usados critérios subjetivos na avaliação, que dão margem para o assédio e favorecimentos pessoais.

Novos contratados

Houve uma turma de novos contratados de todo o país que foram recepcionados em Brasília sem a participação das entidades sindicais. A CEE cobrou e a Caixa se comprometeu a dar espaço para os sindicatos participarem dos eventos de recepção aos novos contratados, que agora serão regionais. 

O próximo evento de recepção será realizado no Rio de Janeiro, no dia 21/10. A Caixa já vai avisar a SR local para abrir espaço para o movimento sindical e associativo participar da atividade. Não há outra data agendada e o banco ficou de avisar ao sindicato local e à Contraf-CUT quando houver uma nova data.

Funcef

A CEE cobrou da Caixa o compromisso, assumido em mesa de negociações, de que seria instalado um GT Tripartite com a Funcef e a CEE para tratar de questões específicas do fundo de previdência das empregadas e empregados.

Empregados endividados

A CEE cobrou o compromisso da Caixa, também assumido em mesa de negociações, de que seria estudada uma forma de solucionar o problema de empregados com dívidas em atraso. Caixa informou que os estudos da solução estão em estágio avançado e logo será apresentada a proposta para a CEE.

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