Quinta, 22 Agosto 2024 18:31

CEE relata avanços na negociação com a Caixa

Mesa de negociação do acordo específico dos empregados da Caixa. Foto cedida pela Contraf-CUT. Mesa de negociação do acordo específico dos empregados da Caixa. Foto cedida pela Contraf-CUT.

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

A Comissão Executiva dos Empregados (CEE) fez um resumo da negociação que ocorreu pela manhã e na parte da tarde. A rodada faz parte dos debates sobre a minuta de reivindicações apresentada ao banco para a renovação do acordo coletivo de trabalho específico.

Logo no início do encontro, a CEE protestou contra a violência da Polícia Militar de São Paulo às manifestações da categoria bancária no Radar Santander, na Zona Sul de São Paulo. Protestaram também contra a proposta dos bancos de reduzir direitos da categoria, rebaixamento dos salários (os bancos querem conceder apenas 85% do índice de inflação) e a terceirização dos trabalhadores bancários, principalmente pelo Santander.

“Ainda precisamos aparar algumas arestas, mas as negociações na Caixa estão andando”, disse o diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Rafael de Castro. “Mas é preciso que as empregadas e empregados do banco estejam mobilizados, pois uma parte importante, como o índice de reajuste e demais pautas econômicas, são definidas na mesa única da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos)”, observou.

Avanços – Integrante da CEE e diretor da Secretaria de Bancos Públicos do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, Rogério Campanate, também fez uma avaliação da rodada. "Sem dúvida, o maior avanço na mesa de hoje é o retorno das substituições em cascata para os cargos de gestão. Há anos a empresa suspendeu essa prática, impondo o trabalho a quem substituía de fato sem a devida remuneração. Além disso avançamos no debate do direito à desconexão e de melhorias nos processos de seleção. Amanhã (sexta, 23/8) teremos plenária virtual sobre a campanha, é imprescindível a participação da base nesses momentos cruciais da negociação coletiva".

Negociações com a Caixa – A Caixa apresentou propostas sobre a substituição em cascata, horas de estudo, direito a desconexão e política de diversidade. O banco ficou de encaminhar propostas de texto sobre estes temas e agendar uma reunião com o departamento jurídico das entidades sindicais já na próxima semana para fechar a redação final das cláusulas.

Substituição em cascata –  A Caixa se comprometeu a promover a substituição em cascata para todo o segmento gerencial. Como exemplo, disse que o gerente geral poderia ser substituído pelo gerente de carteira e este pelo assistente.

A contraproposta dos empregados é para que haja possibilidade de substituição, em caso de férias, para todas as funções. A Caixa ficou de fornecer lista com cargos, para que a representação dos trabalhadores verem na área meio o que pode ser contemplado.

Horas de estudo – Os empregados reivindicaram que, para que haja efetividade da cláusula 59 do atual ACT, que trata sobre disponibilidade, dentro da jornada, de seis horas de estudo por mês, que a formação seja de forma presencial, fora da unidade de trabalho. Hoje a disponibilização é na modalidade EAD, pela Universidade Caixa.

A Caixa propôs que sejam oferecidas seis horas de estudo na modalidade presencial a cada três meses para todos os empregados.
 

Direito à desconexão – Os empregados exigem o fim das cobranças que chegam nos celulares dos empregados, pelo Teams, WhatsApp e de outras formas, fora do horário de expediente. A Caixa disse que estuda a implementação de um sistema que evita o envio de mensagens pelo Teams após o registro no ponto de saída.

Outra cobrança dos empregados é para que seja expresso em normativos e no ACT, a proibição de cobranças e envio de mensagens fora do horário de trabalho, para inibir a prática. Outra cobrança é para que seja respeitado o intervalo para descanso de 10 minutos a cada 50 trabalhados para todos os empregados, inclusive caixas e tesoureiros.

Política de diversidade – A Caixa já havia se comprometido em clausular as comissões regionais de diversidade (PcD, Mulheres, Racial, LGBTQIA+ e Geracional), com a possibilidade de criação de outros eixos, de acordo com a mudança do perfil do quadro de pessoal e garantia de participação representativa das entidades sindicais dos trabalhadores.

Outro compromisso assumido pelo banco foi em alterar o estatuto da Caixa para inclusão de uma cota de 30% de mulheres em cada nível dos cargos de direção, inclusive nas vice-presidências.

Com relação às PcD, a representação dos empregados cobra ainda a redução da jornada, sem redução salarial, tanto para PcD, quanto para pais/responsáveis pelos cuidados de PcD.

Seleção interna – E, com relação aos PSI, os empregados cobram que se dê maior valorização aos processos, para que mais empregados tenham ascensão de carreira pelos PSI e se reduza as indicações subjetivas do “Score”. Mas, tanto para um quanto para outro, os empregados cobram que haja critérios definidos para a escolha, sem que a decisão seja tomada por questões pessoais, ou de afinidade.

O banco também se comprometeu com a equidade de gênero nas bancas dos processos de PSI e, a pedido dos empregados, diz aceitar ampliar a diversidade, com a participação de PcD nas bancas e também na composição das equipes das Gipes e Repes.
 

PDV e concurso – A CEE questionou a Caixa sobre o aumento dos desligamentos pelo PDV, com o banco acatando todos os pedidos de adesão, não apenas de 3.200, como previsto anteriormente. O banco disse que está em discussão, mas que não há nada aprovado com relação a isso.

Os empregados cobram que a Caixa contrate mais empregados, em número suficiente para acabar com a sobrecarga de trabalho e reivindicam que a Caixa demande a Sest sobre a necessidade de um novo concurso.

Hoje a Caixa tem autorização para possuir 87.544 empregados. No balanço do primeiro semestre, divulgado nesta quinta-feira (22), o banco informa que, no final de junho de 2024, possuía 86.669 empregados. Isso foi antes da movimentação do PDV e do concurso.
 

Digitalização de agências – Os empregados trouxeram relatos de que está havendo transferências de local de lotação que levam à mudança de município, perda de função e que há cerceamento do direito de indicação do local de lotação, sem interferência do gestor. Também há casos de transferências para agência de menor porte e cobraram as promessas feitas pela Caixa de que isso não aconteceria.

A Caixa confirmou que estes problemas não deveriam estar existindo, pois não estavam previstos na proposta inicial e pediu para que os empregados afetados entrem em contato com a diretoria de pessoas. Os empregados também cobram acesso às Superintendências Regionais digitais, para poder se comunicar com elas.

Outras cobranças – Saúde Caixa: Mesmo sabendo que há um acordo específico em vigência até o final de 2025, os empregados voltaram a cobrar a mudança do estatuto da Caixa para a retirada do teto de custeio pelo banco com a saúde de seus empregados e empregadas.
Também cobraram informações sobre os empregados afastados por doenças/acidentes de trabalho (B91).
Outra cobrança foi para que seja mantido o direito de manutenção do Saúde Caixa pós-aposentadoria para as contratações ocorridas depois de 2018 (retroativo à data da contratação).

Teletrabalho: O tema deve ser melhor debatido para que se estabeleça o público, os critérios, o aumento do valor da ajuda de custo (com pagamento proporcional ao número de dias em trabalho remoto, sem o limite mínimo de 15 dias) e o pagamento pelo banco (ou reembolso) de estrutura ergonômica.

PLR: Os empregados cobram: garantiia que o pagamento do adiantamento da parcela da PLR seja de, pelo menos, 50% da PLR; retirada do limite de três Remunerações Básicas do valor global da PLR; separação do pagamento da PLR Social da regra básica, para efeitos de quaisquer limitadores; solução para o pagamento a menor da PLR Social de 2020.

A Caixa disse que o tema será tratado nas negociações da semana que vem.

Demais temas que precisam de respostas  

Saúde do trabalhador
Gestão de pessoas
Tecnologia e sistemas
Jornada, emprego e carreira
Equiparação de salários
Roubos e sequestros
Anuidade de cartões e taxas de empréstimos e serviços
Bônus Caixa
PLR
Comunicação sindical
Funcef
GT do PFG Caixa e Tesoureiro

Participe da plenária sobre a Campanha Nacional – O Sindicato dos Bancários do Rio realiza nesta sexta-feira (23), às 18h, uma plenária virtual para trazer informações e debater sobre a campanha salarial 2024. O evento acontecerá pela plataforma Zoom e todos os bancários e bancárias que desejarem participar devem clicar no link abaixo para fazer a inscrição. 

Após se inscrever, você receberá informações por e-mail de como participar da reunião. Utilize um e-mail que costuma não usar para acesso no banco. Mas não se preocupe. A sua participação é segura e de fácil acesso. 

Clique no link abaixo e faça a sua inscrição para a plenária da Campanha Salarial 

https://us06web.zoom.us/meeting/register/tZ0scO2opzIiE9zLvKmXe_gBL4ElE5m8_c5k 

 

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