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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Uma série de mudanças vêm acontecendo na Caixa Econômica Federal sem que a diretoria do banco esclareça os impactos que trarão para os empregados. Em ofício enviado para os gestores na segunda-feira (25/3), a Comissão Executiva de Empregados (CEE) da Caixa fez uma série de questionamentos sobre as recentes mudanças, que vêm gerando insegurança aos empregados, e pediu uma rodada com a Comissão.
No documento, a CEE destaca diversas transformações em curso e solicita informações sobre o impacto do Plano de Demissão Voluntária (PDV), que prevê o desligamento de até 3.200 empregados. Outra preocupação levantada pela Comissão são as mudanças decorrentes do projeto de transformação digital, que prevê o destacamento no processo “teia” de cerca de dois mil empregados para atuar de forma exclusiva por até dois anos. Esta alteração pode gerar mais sobrecarga de trabalho para os empregados.
“A falta de informação por parte da Caixa é preocupante. Os empregados estão sendo impactados por mudanças significativas sem terem acesso a informações claras e detalhadas sobre o que está acontecendo. Essa falta de transparência gera insegurança e instabilidade no ambiente de trabalho”, informou a coordenadora da Comissão, Fabiana Uehara Proscholdt. Ela reassumiu a coordenação até a data da sua posse no Conselho de Administração do banco.
PDV e digitalização
O presidente do Sindicato dos Bancários e Financiários do Rio de Janeiro, José Ferreira, disse que há uma demanda muito grande por transparência, pois existe uma enorme expectativa de que com a saída dos colegas que estão aderindo ao PDV sejam criadas oportunidades de ascensão profissional para quem fica. “Porém, a Caixa não revelou até agora sua estratégia. O que temos é a experiência de PDVs anteriores em que as funções foram extintas o que gerou grande frustração”, afirmou.
Lembrou outra questão que é a entrada da Caixa na onda que já vem sendo adotada por outros bancos de ampliar o atendimento digital e a digitalização dos serviços bancários. “Mas há uma particularidade, já que a Caixa tem uma gama de serviços que são exclusivos e outros em que ela tem grande fatia do mercado como é o caso da habitação. A preocupação é com a sobrecarga de trabalho pois o que temos de informação indica a retirada de colegas do atendimento presencial para que se dediquem a essa digitalização e isso trará sobrecarga no trabalho gerando todas as terríveis consequências do adoecimento”, ressaltou.
Falta transparência
A representação dos empregados também solicita esclarecimentos sobre a contratação de uma consultoria para realizar um estudo de adequação das funções gratificadas, assunto sobre o qual o movimento sindical tem interesse em participar do debate. Outras mudanças, como a criação de novas superintendências, o fechamento de unidades e a centralização do jurídico, são assuntos que necessitam de esclarecimentos.
“Sabemos que a Caixa, em PDVs anteriores, tem a estratégia de extinguir grande parte das vagas de cargo efetivo e, em especial, as funções gratificadas, de natureza técnica, dos trabalhadores que aderem ao PDV, com o objetivo de redução de despesas com a folha de pagamento. Isso desestimula os empregados que ficam nas unidades e almejam ascensão na carreira. Precisamos urgentemente debater com a Caixa”, declarou Eliana Brasil, diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e empregada da Caixa.