Terça, 19 Março 2024 16:44

Caixa: sindicatos e Fenae enviam documento a Haddad protestando contra entrega de loterias à subsidiária

Ato em uma agência no Rio: o Sindicato defencde a Caixa 100% pública Ato em uma agência no Rio: o Sindicato defencde a Caixa 100% pública Foto: Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) encaminharam na última segunda-feira (18) uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, protestando contra a possibilidade de criação de uma subsidiária para operar as loterias, hoje sob administração da Caixa Econômica Federal.  

As entidades ressaltam no documento o posicionamento contrário a medida, que pode comprometer o papel social do banco. 

Destinação social 

Só no ano passado, as Loterias da Caixa arrecadaram R$ 23,4 bilhões. Deste total, R$ 9,2 bilhões foram destinados a programas sociais do governo federal nas áreas de seguridade social, educação, saúde, cultura, esporte e segurança pública, conforme informou matéria de capa da edição do Jornal Bancário desta semana. Cerca de 60% de todo valor arrecadado volta para a sociedade porque o banco é uma instituição pública. O temor dos dirigentes sindicais é o de que, no futuro, a subsidiária seja vendida para una empresa privada, o que confirmaria as denúncias do movimento sindical de que a iniciativa trata-se de uma "privatização camuflada".

"Em se tratando de uma direção indicada por Arthur Lira (PP-AL) e o Centrão, temos que ficar de olho. Sabemos que esta corrente fisiológica do Congresso Nacional defende interesses privados e mete olho gordo em cargos públicos que dispõem de volumosos recursos financeiros. Defendemos a Caixa 100% pública para garantir que a maior parte destes recursos continuem sendo direcionados para projetos e programas sociais relevantes para o país", disse o diretor do Sindicato do Rio e presidente da Apcef-RJ (Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro), Paulo Matiletti. 

Cartões de crédito 

Um processo semelhante já está em andamento para fazer o mesmo com toda a operação de cartões de crédito. As duas áreas só não chegaram a ser transferidas para subsidiárias em função da forte mobilização dos sindicatos e entidades representativas dos empregados e empregadas da estatal. 

Segundo dados divulgados pelo banco, em 2023, dos R$23,4 bilhões arrecadados em loterias R$9,2 bilhões foram para destinação social. 

Eficiência da estatal 

No documento endereçada a Fernando Haddad, os dirigentes sindicais ressaltam a "expertise da Caixa no serviço" e que . "são décadas de operação das loterias com eficiência". Os bancários reivindicaram ao ministro que seja revista a criação da subsidiária.

Mobilização dos bancários

O presidente do Sindicato do Rio José Ferreira convoca a categoria para pressionar o governo Lula a não permitir uma iniciativa que já foi repudiada e impedida pela organização dos trabalhadores nos governos Temer e Bolsonaro. 

"É evidente que o Centrão quer entregar as lotéricas e o setor de cartões de crédito para uma subsidiária, fatiando a Caixa com o propósito de privatizar a empresa. Só a mobilização dos bancários e bancárias pode impedir este ataque. Não abrimos mão da Caixa 100% pública", destacou Ferreira.

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