Sábado, 09 Dezembro 2023 03:53

Acordo do Saúde Caixa é aprovado na grande maioria das bases, mas com votações apertadas

Aprovação ocorreu em 73,6% das assembleias dos sindicatos de todo o país

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações do SeebSP

Os empregados e empregadas da Caixa Econômica Federal aprovaram nacionalmente, em votação muito apertada, a proposta do banco para o Saúde Caixa.

Assembleia presencial em SP

Com assembleia realizada também por meio presencial, além da votação virtual, obedecendo a uma liminar na Justiça, a base dos empregados e empregadas, da ativa e aposentados, da Caixa Econômica Federal de São Paulo, Osasco e Região teve finalmente sua votação encerrada na sexta-feira (8), às 22h. Os bancários aprovaram a proposta do acordo do Saúde Caixa com 51,5% dos votos válidos.

“Foram negociações complexas, duras, nas quais foi conquistado, e agora aprovado, o melhor acordo possível diante da necessidade de equacionar o déficit do Saúde Caixa sem inviabilizar o plano para os empregados, preservando as premissas da solidariedade, do mutualismo e do pacto intergeracional, além de buscar a melhoria do plano”, disse a presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Neiva Ribeiro, em matéria do site do sindicato paulistano.

A votação no Rio

No Rio de Janeiro, a maioria dos bancários rejeitou a proposta da empresa. Do total de votos, 66,52% votaram não e 32,30% sim, com um insignificante número de abstenções. 

Avaliação dos sindicatos 

O movimento sindical cconsidera que, a decisão de aprovação da proposta é o melhor caminho para a manutenção do acesso de todos os trabalhadores da Caixa ao plano de saúde. Além de preservar os princípios fundamentais do plano, os trabalhadores da estatal conseguiram zerar o déficit de 2023, sem a necessidade de parcelas extraordinárias e manter a contribuição dos titulares em 3,5% da remuneração base, como é atualmente. 

A luta contínua 

A ideia dos sindicatos é para que, em 2024, os empregados fortaleçam a unidade e a mobilização nacionalmente para lutar pela revisão do estatuto da Caixa, com o fim do teto de 6,5% da folha de pagamento para custeio do banco em relação à saúde dos empregados, medida imposta no governo Michel Temer (MDB), em 2017.

Aprovado nacionalmente

A aprovação da proposta também ocorreu nacionalmente pela maioria dos empregados da Caixa e a presença dos bancários nas assembleias virtuais foi expressiva, após seis meses de duras negociações e da mobilização dos trabalhadores da estatal..

Na terça-feira (5), o acordo havia sido aprovado em 73,6% dos sindicatos que realizaram assembleia. No total, 51,6% dos votantes aprovaram a proposta.

Confira abaixo o que prevê o novo acordo aprovado pelos empregados da Caixa.

Entenda o novo acordo aprovado pelos empregados

  • Manutenção da contribuição de 3,5% sobre a remuneração base para titulares.
  • Manutenção dos percentuais e limites de coparticipação: permanecem em 30% sobre os procedimentos, com a cobrança anual limitada a R$ 3.600 por grupo familiar. Para internações e oncologia não há cobrança de coparticipação, e para atendimentos em Pronto-Socorro ou Pronto-Atendimento, o valor é fixo (R$ 75).
  • Zera o déficit de 2023, projetado em R$ 422 milhões, com as reservas técnicas e de contingência, com incremento da Caixa de R$ 177 milhões referente às despesas de pessoal retroativo a 2021, o que também valerá para os anos seguintes. Ainda sobram R$ 40 milhões para ajudar no déficit de 2024, estimado em R$ 660 milhões.
  • Teto de 7% da remuneração base (RB) do titular, para quem tem dependentes, por grupo familiar.
  • Repasse periódico pelo banco dos dados primários do Saúde Caixa.
  • Volta dos Comitês Regionais de Credenciamento e Descredenciamento, além da recriação das Gerências de Filial de Gestão de Pessoas (Gipes) já em 2024, incialmente com cinco gerências. Também serão recriadas as Repes, representações regionais vinculadas às Gipes, que atenderão os estados.
  • Preserva as premissas do Saúde Caixa: mutualismo, solidariedade e pacto intergeracional.
  • Garantia de novas negociações caso haja déficits, alteração no teto estatutário do banco de 6,5% no custeio do plano ou outras mudanças que impactem o acordo coletivo.
 

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