Quarta, 06 Dezembro 2023 00:11

Acordo do Saúde Caixa é aprovado por 51,6% dos participantes das assembleias

Apenas São Paulo teve sua votação suspensa em função de uma decisão judicial que atendeu a liminar pedida por um militante da oposição

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

Empregadas e empregados da ativa, aposentados e pensionistas titulares do Saúde Caixa participaram, nesta terça-feira (5), de assembleias realizadas por sindicatos de bancários de todo o país a fim de deliberar sobre o aditivo ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico do plano de saúde. A votação online começou às 7h da manhã e terminou no final da noite.

O resultado nacional

O acordo foi aprovado em 73,6% dos sindicatos que realizaram assembleia. No total, 51,6% dos votantes aprovaram a proposta.

Votação suspensa em SP

A exceção ficou por conta de São Paulo, maior base sindical da categoria no país, em função da suspensão da assembleia por volta das 11h por decisão da Justiça, atendendo a uma decisão liminar pedida por um militante da oposição que impediu a continuidade da votação. O Sindicato paulistano informou que, até aquele momento, mais de 1.300 votos já tinham sido computados, com 67% a favor da aprovação do acordo. A assembleia foi remarcada para esta sexta-feira, dia 8 de dezembro.

Avaliação da Contraf-CUT

A presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, ressaltou o fato de que o acordo aprovado mantém a contribuição dos titulares sem dependentes em 3,5% sobre remuneração base, da mesma forma como é atualmente.

“As negociações foram duras. Foram quase seis meses de intensos debates, com a Caixa nos apresentando números que sugeriam grandes reajustes e a cobrança por faixa etária. Mas, ao final, conseguimos chegar a uma proposta que permite melhorar o equilíbrio da relação custo-utilização dos diferentes segmentos, sem reajustes para aqueles que não têm dependentes”, disse Juvandia em entrevista ao site da Contraf.

A gente sabia que seria uma votação difícil, mas o acordo já foi aprovado na maioria das assembleias porque é o que menos onera o empregado”, acrescentou.

Déficit zerado em 2023

Os números financeiros mostravam um déficit de R$ 422 milhões em 2023, e apontavam mais um déficit de R$ 660 milhões em 2024. Para suplantar os custos de 2024 a Caixa projetava reajustar, já a partir de janeiro, a contribuição para 6,46% da remuneração base para os titulares, mais 0,67% por dependente, o que daria um teto na RB de 7,8% (titular mais dependentes diretos limitado a dois conforme regra vigente). Além disso, em 2024 cobraria mais 4,18 parcelas extraordinárias para cobrir o déficit de 2023. Mas com o acordo do movimento sindical, após a mobilização nacional dos bancários e negociações duras, os trabalhadores da estatal conseguiram zerar o déficit de 2023, sem a necessidade de parcelas extraordinárias, e manter a contribuição dos titulares em 3,5% da remuneração base, como é atualmente e com um teto máximo de comprometimento da remuneração base de 7%.

Claro que ninguém gostaria de ter aumento, mas, dado o cenário projetado de déficit, foi uma proposta equilibrada. E temos também outros importantes avanços como acesso aos dados primários trimestralmente, o retorno das GIPES, REPES e dos Comitês de credenciamento entre outros”, explicou a coordenadora da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt.

Princípios preservados

Outra vitória importante apontada pelos sindicalistas é que a proposta preserva os princípios do plano, como a solidariedade e o pacto intergeracional.

“A luta em defesa do nosso plano de saúde, que é uma das maiores conquistas da categoria, continua após a assinatura do acordo. Vamos nos manter mobilizados para derrubar o teto de gastos com a saúde dos empregados pela Caixa , fixado em 6,5% da folha de pagamentos, cobrar melhorias na rede de atendimento e barrar qualquer medida que comprometa a sustentabilidade do Saúde Caixa”, destacou Sérgio Takemoto, presidente da Fenae (Federação Nacional do Pessoal da Caixa).

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