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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva bem que tentou manter Rita Serrano na presidência da Caixa Econômica Federal. Mas após a pressão do Centrão e do desgaste do governo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PL-AL), como ocorreu com a saída da ministra dos Esportes Ana Moser, o governo federal com pautas travadas no Congresso Nacional, teve mais uma vez de ceder ao apetite voraz do Centrão por cargos públicos.
Lula demitiu a presidente da Caixa Rita Serrano, durante reunião desta quarta-feira (25), no Palácio do Planalto. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também participou da conversa. O anúncio da demissão ocorre após meses de pressão de Lira e de outros líderes do Centrão, de olho no comando do banco público.
O novo presidente
O novo presidente da Caixa foi anunciado na tarde desta quarta-feira (25): é Carlos Antônio Vieira, empregado do banco desde 1989. Indicado pelo Partido Progressistas (PP), Vieira é apadrinhado de Arthur Lira e foi o número dois de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) no Ministério da Integração Nacional de 2014 a 2015 no governo de Dilma Rousseff. Já no governo de Michel Temer (MDB) assumiu a presidência da Funcef, o fundo de pensão dos empregados, durante a gestão de Gilberto Occhi na presidência da estatal.
Más lembranças
Os empregados da Caixa não guardam boas lembranças de Vieira a frente da Funcef. Foi ele que deu início ao projeto de alteração do estatuto que retirou direitos dos participantes do fundo de pensão e, em 2017, reduziu a taxa de juros da meta atuarial dos planos de benefícios administrados pela Fundação, o que resultou num aumento do déficit em R$7 bilhões. Além disto, o pupilo de Arthur Lira não assumiu compromisso de cobrar da patrocinadora, a Caixa, sua responsabilidade no contencioso judicial, o que poderia reduzir as provisões contábeis e diminuir o déficit dos planos.
Recentemente, Vieira também atuou no Banco de Brasília (BRB).
"Vemos com apreensão a troca no comando da Caixa Econômica Federal. Se tínhamos críticas à gestão de Rita Serrano pois cobrávamos mudanças efetivas em relação ao cumprimento de metas e aos casos de assédio moral no banco, além de uma solução para o Saúde Caixa, para nós aumenta a incerteza de soluções que atendam as demandas dos empregados da Caixa com esta mudança", avaliou o presidente do Sindicato do Rio José Ferreira.
Exposição agravou crise
Segundo matérias na imprensa, uma exposição da Caixa Cultural que trazia colagem com imagens de Lira sendo retratado dentro de uma lixeira, ao lado da atual senadora e ex-ministra de Bolsonaro, Damares Alves (Republicanos) e do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes teria agravado a crise e era a justificativa que os parlamentares do Centrão queriam para tirar Rita e ocupar a presidência da Caixa. Com a reação negativa e a revolta de bolsonaristas, o banco recuou e decidiu suspender a exposição. A imagem trazia ainda uma ilustração do ex-presidente Jair Bolsonaro "defecando na bandeira do Brasil".