Terça, 08 Agosto 2023 18:07

Negociação com a Caixa, dia 16, vai tratar de metas abusivas e assédio do Conquiste

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

“Teremos muito o que conversar em nossa próxima reunião de negociação com a Caixa. E que seja uma conversa com seriedade, para que haja soluções, sem que o banco tente tapar o sol com a peneira e pare de prejudicar os empregados e a população, que sofrem com o desmonte provocado pela gestão passada”. A afirmação foi feita pela coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), Fabiana Uehara Proscholdt, numa referência à próxima reunião com a Caixa Econômica Federal, a respeito do programa de metas, o Conquiste, marcada pra o dia 16 de agosto.

Sindicatos de bancários de todo o país têm recebido reclamações sobre as novas metas abusivas, e demais medidas impostas pelo Conquiste que estabelece um verdadeiro assédio institucional. “Estão propondo metas com curva de crescimento de mais de 100% de um mês para o outro. Algumas deveriam ter sido cumpridas desde o início do ano, mas a regra foi definida somente agora. E a Caixa ainda tem coragem de dizer que quem não conseguiu atingir o objetivo no primeiro semestre, pode corrigir agora no segundo”, afirmou indignado o empregado da Caixa e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro.

A afirmação de que os objetivos não alcançados podem ser “corrigidos” no próximo semestre foi feita durante reunião de apresentação do Conquiste numa live para os empregados.

Rede ‘parceira’

O programa estabelece, ainda, metas que precisam ser cumpridas pelas lotéricas, e outras em transações dos clientes pela internet, que se não forem atingidas, afetam o resultado da agência. O resultado é que o cliente vai ao banco para contratar um financiamento, e o empregado é obrigado a direcioná-lo para a lotérica, a fim de finalizar o contrato. E quem ganha com isso é a terceirizada.

Rogério Campanate, integrante da CEE e diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, lembra que, assim, os já sobrecarregados empregados da Caixa fecham negócios e os direcionam à ‘rede parceira’ para finalização. Quem é remunerada e reconhecida é a ‘rede parceira’ por um serviço que não prestou, porque, o empregado teve que fazer isso para que sua agência não fosse penalizada.

Sobrecarga de trabalho

Outra crítica de Campanate é com relação aos objetivos de venda de seguros (Caixa Seguridade). “Não levam em consideração a capacidade de produção e a falta de condições de trabalho nas unidades. Além disso, gera uma grande demanda de tempo de trabalho de muitos empregados e corresponde a um resultado em torno de 5% do balanço da empresa, enquanto no Conquiste chega a quase 1/3 do resultado”, disse, acrescentando ainda que muitos dos resultados não são mensuráveis.

Outro ponto absurdo do Conquiste apontado pela CEE é com relação aos objetivos a serem alcançados em contratos de financiamento. Além de não levarem em conta as características da agência e sua capacidade de fechar tais contratos, querem que os empregados ofereçam um volume de crédito maior do que a dotação orçamentária disponibilizada.

Para a coordenadora da CEE, outro ponto fundamental a respeito dos objetivos determinados no Conquiste é a discrepância deles com a real necessidade/ capacidade das unidades, gerando uma carência de significado para os empregados. “Há muito tempo os objetivos não levam em consideração a capacidade de produção das unidades e muito menos sua vocação. O resultado desse absurdo é que unidades que atingiram a alta performance, caem de classe porque as metas desconsideraram a sustentabilidade da própria unidade”, explicou. “Soma-se a isso o verdadeiro apagão de conhecimentos de CRR (custos, receitas e resultados) por parte das equipes de gestores das unidades (há anos não se faz um treinamento com os gerentes a respeito do CRR)”, disse

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