Segunda, 19 Junho 2023 16:33

Caixa aceita rever texto da RH 184, alterada sem negociação

Assunto foi tema da reunião virtual do GT sobre condições de trabalho Assunto foi tema da reunião virtual do GT sobre condições de trabalho

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

Após a reação negativa provocada pela alteração unilateral da RH 184, a diretoria da Caixa Econômica Federal (CEF) divulgou comunicado afirmando que a intenção da mudança seria não descomissionar quem estiver em tratamento de saúde, mesmo após 180 dias. O entendimento da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), no entanto, é de que o texto não deixa isto claro. O banco aceitou rever a redação para dar mais clareza às mudanças realizadas no normativo.

A coordenadora da CEE, Fabiana Uehara, aproveitou a reunião virtual do Grupo de Trabalho (GT) sobre condições de trabalho, na última sexta-feira (16/6) para assinalar o descontentamento da CEE, Contraf-CUT e sindicatos, em relação à forma desrespeitosa com que agiu a nova gestão da Caixa, mudando a RH 184 – que trata do exercício de função gratificada/cargo em comissão, sem qualquer negociação ou comunicação prévia. “Nosso Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) é bem claro com relação às medidas do banco que afetem as empregadas e empregados: antes de serem efetivadas, elas precisam passar pela mesa de negociações” lembrou. 

Rogério Campanate, dirigente da CEE e do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, também reforçou a crítica. “O susto que inúmeros empregados tiveram com a divulgação das alterações na RH 184 poderia ter sido facilmente evitado se tivesse sido atendida a reivindicação de que todas as mudanças que tenham impacto direto na vida dos funcionários passem pela mesa de negociação permanente antes. Torcemos para que a empresa tenha aprendido com esse erro”, disse.

Condições de trabalho

Segundo matéria publicada no site da Contraf-CUT, na reunião do GT sobre condições de trabalho, a CEE destacou a importância das mesas de negociação permanente com o banco e especificamente do GT para avançar na construção de um ambiente salubre de trabalho. “Mas, é preciso que o banco apresente um calendário de negociações mais amplas, para além das que ocorrem nos GTs mês a mês. Precisamos que haja avanços nas reivindicações que foram passadas para o banco desde o último Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa) e já reapresentada a esta gestão”, disse Fabiana Uehara.

O banco apresentou projetos de ações em relação à diversidade e afirmou que os PCDs têm prioridade para as vagas de trabalho em home office, apresentou uma “Carta Compromisso”, assinada pela direção, pela “Prevenção e combate ao assédio moral, sexual e à discriminação”, mas não trouxe respostas para pendências de reuniões anteriores, como sobre a quantidade de unidades da Caixa com PCDs lotadas e quais funções são ocupadas por este grupamento.

Bonito no papel

“Os projetos apresentados pela Caixa são importantes, mas as PCDs querem saber se podem ter a expectativa de ascensão de carreira dentro do banco. O respeito à diversidade não pode ser só no papel, precisa ser efetiva”, cobrou Fabiana.

Também foi exigida prioridade aos empregados com deficiência e aos empregados com filho, ou criança sob guarda judicial de até seis anos, para o teletrabalho, conforme preconiza o art. 75, F da CLT. Ainda com relação às PCDs, os trabalhadores querem que a Caixa cumpra a lei, garantindo jornada reduzida para mães e pais com filhos com PCDs. “O Banco do Brasil já cumpre isso, o BRB também. É importante que a Caixa também cumpra!”, observou.

Outra pendência que ficou sem reposta é com relação à quantidade e localidade de empregados afastados para tratamento de saúde e os respectivos códigos de Classificação Internacional de Doenças (CIDs).

PQV

O movimento sindical é contrário ao Porgrama de Qualidade de Vendas (PQV), que continua penalizando os empregados, que são assediados e pressionados a cumprir metas abusivas. A CEE também reforçou o pedido de exclusão do programa “Fique bem” do Conquiste.

Também foi solicitado o retorno dos fóruns regionais de condições de trabalho, para que a representação sindical e o banco, pontualmente, debatam e encontrem soluções sobre estrutura física, tecnológica, de pessoas, jornada, entre outros pontos que afetam o dia a dia de trabalho nas unidades do banco.

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