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Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
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Imprensa SeebRio
Após a reação negativa provocada pela alteração unilateral da RH 184, a diretoria da Caixa Econômica Federal (CEF) divulgou comunicado afirmando que a intenção da mudança seria não descomissionar quem estiver em tratamento de saúde, mesmo após 180 dias. O entendimento da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), no entanto, é de que o texto não deixa isto claro. O banco aceitou rever a redação para dar mais clareza às mudanças realizadas no normativo.
A coordenadora da CEE, Fabiana Uehara, aproveitou a reunião virtual do Grupo de Trabalho (GT) sobre condições de trabalho, na última sexta-feira (16/6) para assinalar o descontentamento da CEE, Contraf-CUT e sindicatos, em relação à forma desrespeitosa com que agiu a nova gestão da Caixa, mudando a RH 184 – que trata do exercício de função gratificada/cargo em comissão, sem qualquer negociação ou comunicação prévia. “Nosso Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) é bem claro com relação às medidas do banco que afetem as empregadas e empregados: antes de serem efetivadas, elas precisam passar pela mesa de negociações” lembrou.
Rogério Campanate, dirigente da CEE e do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, também reforçou a crítica. “O susto que inúmeros empregados tiveram com a divulgação das alterações na RH 184 poderia ter sido facilmente evitado se tivesse sido atendida a reivindicação de que todas as mudanças que tenham impacto direto na vida dos funcionários passem pela mesa de negociação permanente antes. Torcemos para que a empresa tenha aprendido com esse erro”, disse.
Condições de trabalho
Segundo matéria publicada no site da Contraf-CUT, na reunião do GT sobre condições de trabalho, a CEE destacou a importância das mesas de negociação permanente com o banco e especificamente do GT para avançar na construção de um ambiente salubre de trabalho. “Mas, é preciso que o banco apresente um calendário de negociações mais amplas, para além das que ocorrem nos GTs mês a mês. Precisamos que haja avanços nas reivindicações que foram passadas para o banco desde o último Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa) e já reapresentada a esta gestão”, disse Fabiana Uehara.
O banco apresentou projetos de ações em relação à diversidade e afirmou que os PCDs têm prioridade para as vagas de trabalho em home office, apresentou uma “Carta Compromisso”, assinada pela direção, pela “Prevenção e combate ao assédio moral, sexual e à discriminação”, mas não trouxe respostas para pendências de reuniões anteriores, como sobre a quantidade de unidades da Caixa com PCDs lotadas e quais funções são ocupadas por este grupamento.
Bonito no papel
“Os projetos apresentados pela Caixa são importantes, mas as PCDs querem saber se podem ter a expectativa de ascensão de carreira dentro do banco. O respeito à diversidade não pode ser só no papel, precisa ser efetiva”, cobrou Fabiana.
Também foi exigida prioridade aos empregados com deficiência e aos empregados com filho, ou criança sob guarda judicial de até seis anos, para o teletrabalho, conforme preconiza o art. 75, F da CLT. Ainda com relação às PCDs, os trabalhadores querem que a Caixa cumpra a lei, garantindo jornada reduzida para mães e pais com filhos com PCDs. “O Banco do Brasil já cumpre isso, o BRB também. É importante que a Caixa também cumpra!”, observou.
Outra pendência que ficou sem reposta é com relação à quantidade e localidade de empregados afastados para tratamento de saúde e os respectivos códigos de Classificação Internacional de Doenças (CIDs).
PQV
O movimento sindical é contrário ao Porgrama de Qualidade de Vendas (PQV), que continua penalizando os empregados, que são assediados e pressionados a cumprir metas abusivas. A CEE também reforçou o pedido de exclusão do programa “Fique bem” do Conquiste.
Também foi solicitado o retorno dos fóruns regionais de condições de trabalho, para que a representação sindical e o banco, pontualmente, debatam e encontrem soluções sobre estrutura física, tecnológica, de pessoas, jornada, entre outros pontos que afetam o dia a dia de trabalho nas unidades do banco.