Segunda, 29 Mai 2023 17:25

Bolsonaro provocou rombo bilionário na Caixa para tentar vencer eleição

Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro Pedro Guimarães e Jair Bolsonaro

Olyntho Contente

Imprensa SeebRio

A cada dia surgem mais revelações de como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) se utilizou do dinheiro público para tentar, sem sucesso, vencer as eleições através da compra de votos. Nesta segunda-feira (29/5), o site UOL publicou matéria mostrando que Bolsonaro mandou o então presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, seu aliado, liberar duas linhas de crédito para milhares de inadimplentes com o banco.

De acordo com a publicação, foram abertas também linhas de crédito para beneficiários do Auxílio Brasil, sem qualquer garantia. O que se verificou, como consequência, foi uma enorme inadimplência.

Em outra medida eleitoreira, Bolsonaro permitiu que os empréstimos consignados fossem feitos via Auxílio Brasil:  R$ 7,6 bilhões foram liberados aos beneficiários, mas com o avanço do pente fino para identificar irregularidades, 100 mil devedores foram excluídos do programa e o pagamento das parcelas do consignado se tornou incerto.

O tamanho do rombo

Bolsonaro permitiu que negativados pudessem ter acesso a empréstimos em março de 2022. O programa ganhou o nome de ‘SIM Digital’ e R$ 3 bilhões foram liberados visando a compra de voto dos eleitores. A inadimplência chegou a 80% neste ano, segundo a reportagem. Ou seja, de cada 1000 reais emprestados, 800 não foram pagos.

Mas o prejuízo não para por aí, caindo nas costas dos trabalhadores, já que, por manobra do governo anterior, parte do rombo será coberto pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Serão necessários cerca de R$ 1,8 bilhão do fundo e mais R$ 600 milhões da Caixa.

A liberação de créditos, mostra a reportagem, só foi interrompida após as denúncias de assédio sexual praticados por Guimarães serem expostas. Sem ele no comando, os técnicos da Caixa interromperam a liberação de empréstimos para negativados, já que com a inadimplência em 80% desde os primeiros meses, o fundo garantidor, de R$ 3 bilhões, estava chegando ao limite. A medida, porém, foi adotada em sigilo e nunca chegou a ser anunciada publicamente.

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