Quinta, 18 Mai 2023 22:11
DÁ PARA AVANÇAR

Caixa analisa o fim da designação de funções ‘por minuto’

Movimento sindical convoca empregados para aumentar a mobilização e pressionar a direção do banco a atender reivindicações dos trabalhadores
Os representantes da CEE-Caixa participaram da negociação de demandas de caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor por meio virtual Os representantes da CEE-Caixa participaram da negociação de demandas de caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor por meio virtual Foto: Contraf-CUT

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

Os representantes dos empregados da Caixa Econômica Federal avaliam como positiva a negociação realizada nesta quinta-feira (18) para tratar de questões específicas dos trabalhadores que exercem as funções de caixas, tesoureiros e avaliadores de penhor. O retorno do diálogo com os empregados e o fato de a direção da estatal anunciar que está analisando o fim da designação das funções por minuto, um dos pontos fundamentais das reivindicações dos bancários, são apontados como pontos positivos pelos sindicatos. No entanto, impactos financeiros ainda são entraves no debate sobre a “função por minuto”.
“Apesar de maior abertura no debate, ainda não há solução. Então, precisamos nos manter mobilizados”, ressaltou o empregado da Caixa e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rafael de Castro. “Enquanto não for decidido, precisamos manter a pressão”, completou.

“O banco tem se mostrado mais aberto ao debate e já atendeu algumas das demandas que colocamos, como o acesso direto das estações financeiras à intranet e o ajuste dos gaveteiros de numerários, além de estar analisando o fim da função por minuto”, avaliou a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.

Caixas 

Um dos itens reivindicados pelos empregados, o problema das gavetas de numerários, que “engole” cédulas e causa diferença de caixa será resolvido. O banco definiu que será feito ajuste em unidades-piloto e que os representantes dos empregados poderão participar indicando quais serão estas unidades.
Outra queixa com relação aos caixas é sobre os scanners que substituíram os leitores de código de barras, que não funcionam e os caixas acabam digitando o código de barras, o que torna o atendimento mais trabalhoso e lento, segundo reclamações dos bancários.

“Não sei por qual motivo tiraram os leitores de código de barras. Não existe necessidade de scanner no caixa. Colocaram uma carreta para fazer uma coisa que é melhor de ser feita com um carro popular”, comparou o caixa e representante da Federação dos Bancários do Estado do Rio de Janeiro (Federa/RJ), Léo Lima.
O banco disse que a substituição foi feita a pedido de gestores e que os equipamentos foram instalados há menos de dois anos.
Os sindicalistas pediram a algum tempo para que os usuários sejam ouvidos e que sejam feitos testes antes de serem comprados novos equipamentos.

Tesoureiros

Quanto a informação de uma possível redução da jornada de tesoureiros, de oito para seis horas, com orientação para que não sejam autorizadas horas-extras para estes profissionais, o banco disse que não existe nenhuma orientação neste sentido e que é preciso analisar casos específicos.

Avaliadores de penhor

Em relação às demandas dos avaliadores de penhor, a Caixa já implementou algumas das reivindicações, como a habilitação e, nos próximos dias, do SISAG (Sistema de Automação de Produtos e Serviços Bancários de Agência) para autenticar guias de penhor de valores superiores a R$10 mil. A demanda, apresentada na reunião passada, é considerada um avanço importante, e mais uma prova de que os trabalhadores estão sendo ouvidos, segundo avaliação dos representantes da CEE. Também serão debatidos, em reunião técnica específica, problemas de sistemas utilizados pelos empregados que desempenham esta função. Os trabalhadores vão indicar seus representantes para participar da reunião do grupo, que é parte deste mesmo GT de funções específicas.

Demandas das PCDs

A reunião tratou ainda da adaptação de agências para pessoas com deficiência (PCDs). O banco informou que serão aplicados R$ 115 milhões para mudança de mobiliário de 500 a 600 agências e que a adaptação para as PCDs levará em conta a exigência de legislações municipais, com mesas e cadeiras autorreguláveis, para que o próprio empregado regule da melhor forma que lhe convier.

Outros itens

Os trabalhadores pediram também para que a Caixa aprimore a ata das reuniões, de modo que facilite o cumprimento das reivindicações atendidas e permita o acompanhamento do que está sendo realizado.

Outra reivindicação foi para que as reuniões do GT sejam realizadas em menor período de tempo, sem que haja intervalo de um mês entre os encontros.

Os sindicalistas pediram ainda para que a Caixa resgate as atribuições previstas no RH183 e compare com o que os empregados vêm fazendo na prática, para que eles não executem tarefas que não sejam de suas responsabilidades, com a intenção acabar com os desvios de funções.

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