Terça, 14 Março 2023 20:41
VOLTA DO DIÁLOGO

Situação da PLR na Caixa é tratada em reunião com Rita Serrano

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

Em encontro com o Comando Nacional dos Bancários e representantes dos empregados da Caixa Econômica Federal com a presidenta da estatal Rita Serrano realizado por meio digital na última segunda-feira (13) foi tratada a situação da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), um item que tem preocupado e muito os bancários e bancárias da empresa.

Rita Serrano lembrou que o assunto está relacionado ao resultado referente ao exercício de 2022, quando a Caixa ainda era administrada pela equipe do governo anterior.

O resultado da Caixa será divulgado no próximo dia 23 de março. Serrano garantiu que nessa mesma data ocorrerá uma mesa de negociação com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) do banco.

Reunião positiva

A coordenadora da CEE da Caixa, Fabiana Proscholdt, avaliou como muito positivo o primeiro encontro da direção da empresa com os representantes dos empregados, mas lembrou que autonomia sindical continuará a prevalecer, com a luta pelos direitos da categoria. 

“Os empregados da Caixa estão sendo ouvidos e é isso mesmo que nós esperamos, uma gestão que recoloque a estatal em seu rumo de banco público, com respeito a todos, clientes e empregados, e que atue com toda a sua força pelo crescimento econômico, que é o que gera emprego e renda para o país. O movimento sindical continuará fazendo o seu papel de cobrar, criticar e exigir os direitos dos trabalhadores”, ressaltou Fabiana.  

Reivindicações históricas

No encontro, a presidenta da Caixa recebeu informações e uma série de reivindicações, consideradas históricas pelos empregados da instituição.

“Esse é um claro sinal de mudança na direção do banco público, que agora ouve os trabalhadores e se compromete a valorizar a mesa permanente de negociação. Assim podemos retomar as pautas que foram abandonadas nos últimos anos pela gestão anterior”, avaliou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
Rita lembrou de sua origem no movimento sindical, garantiu que todo o governo Lula está empenhado na reconstrução da Caixa, mas disse que esse processo não será algo tão rápido. “A Caixa foi destruída na sua estrutura de tecnologia, na gestão de pessoal, enfim, em todos os setores”, lamentou.

A dilapidação estrutural da estatal fazia parte do projeto de privatização dos bancos públicos pelo governo anterior. 

Abertura de novas agências

A atual direção da Caixa tem feito uma série de ações realizadas nos dois primeiros meses do novo governo. A abertura de novas agências, uma reivindicação dos trabalhadores, é uma destas novidades, com mais 15 unidades físicas que funcionarão com o objetivo de amenizar os danos da catástrofe provocada pelas chuvas no litoral norte paulista. Os investimentos do banco incluem projetos de sustentabilidade, um programa de apoio a moradoras de favelas que beneficiará cerca de cinquenta mil mulheres, outro para povos indígenas que vai beneficiar cerca de dez mil famílias, além da reestruturação dos programas Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida.

Serrano disse também que a Caixa não mais venderá ativos, prática do último governo usada para privatização de setores lucrativos do banco.

Novos tempos

Além da questão da PLR, os representantes dos trabalhadores também apresentaram demandas específicas para a garantia de direitos e conquistas trabalhistas. Nesse primeiro contato, a presidenta da instituição afirmou que a retomada do diálogo entre banco e empregados marca o fim da “gestão por medo”. Ela informou ainda sobre a reinstituição da Vice-Presidência de Pessoas (Vipes) e que o processo seletivo para o cargo está aberto. Destacou também que haverá a exclusão da Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), e que os critérios serão todos revistos.
A executiva disse ainda que a nova gestão está promovendo a democratização do sistema de comunicação da empresa, que, entre outras medidas, inclui o retorno do espaço de comentários dos funcionários no Jornal da Caixa, que havia sido suspenso pelo ex-presidente Pedro Guimarães, que é investigado por crimes de assédio sexual e moral.

Contra a discriminação

 Outro programa anunciado pelo banco foi o da Diversidade e Inclusão, por equidade no ambiente de trabalho e contra discriminação por raça, cor, gênero, orientação sexual, idade ou deficiência. O movimento sindical também cobrou a retomada das contratações necessárias, e a presidente do banco garantiu que o tema será negociado com os trabalhadores na mesa permanente.

 

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