Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco teve mais uma reunião com a direção do Bradesco, na terça-feira (29/11), dando seguimento às negociações da minuta específica. Este é o segundo encontro entre as partes. O primeiro ocorreu no último dia 14 de novembro e marcou a retomada das negociações específicas, após o fim do estado de emergência em saúde por causa da pandemia de covid-19.

No encontro, as negociações avançaram no tema saúde. Ficou acertado que cada federação irá entregar um  relatório relatando as dificuldades que vêm sendo enfrentadas no atendimento do Saúde Bradesco. Os problemas relatados se referem às especialidades, hospitais e clínicas credenciadas, bem como o serviço odontológico. Esse trabalho havia sido iniciado em 2019, mas foi interrompido em função da pandemia. Assim que o relatório for encaminhado, o banco terá 90 dias para dar uma solução aos problemas apontados pelos bancários. Os sindicalistas solicitaram ainda que o plano de saúde seja estendido aos aposentados, mas o banco manteve a posição de não ampliar o benefício.

Prevenção à covid

Os membros da COE defenderam medidas de prevenção à covid-19 com a instalação de uma divisória de acrílico, posicionada entre o funcionário de atendimento e o cliente, para a proteção de ambos. O banco disse que não entende a medida como necessária, e informou que está reforçando campanha para prevenção, que não há nenhum funcionário internado e que o índice de vacinação entre os trabalhadores é alto e satisfatório. A empresa também confirmou que todos que testam positivo são afastados por sete dias, ou mais, caso seja necessário.

Demissões e sobrecarga

Os integrantes da COE cobraram também do banco a garantia do emprego da categoria. “Temos recebido diversas denúncias de que, em função das demissões, os funcionários que permanecem trabalhando nas agências estão sobrecarregados”, explicou Leuver. 

O banco explicou que em 2022 ocorreu um saldo positivo no número de funcionários, ao contrário do que se verificou no ano passado, quando ocorreu mais demissões que contratações. A instituição extinguiu 159 agências físicas, mas apresentou um saldo positivo de 638 postos de trabalho no período de 12 meses, segundo dados do banco. 

"Só este ano o Bradesco demitiu 300 funcionários no Município do Rio de Janeiro. Não faz sentido um banco que lucra tanto dispensar trabalhadores e sobrecarregar quem permanece no atenfimento, nas agências.O banco demite fincionários antigos e contrata novos para reduzir custos com salários, elevando ainda mais os lucros", acrescentou Leuver. 

PDE

A reivindicação da COE de que o Plano de Desempenho Extraordinário (PDE) seja estendido a todo o corpo de funcionários foi negada pelo banco. A instituição reafirmou que o benefício se destina apenas para os setores comerciais e administrativos que participam diretamente do processo de concessão de crédito. Segundo a empresa, esse prêmio é diferente da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), instituída para atender todos os funcionários.
As próximas reuniões entre a COE e o Bradesco ocorrerão no início de fevereiro e em março de 2023. Temas como o fim das metas abusivas, o combate ao assédio moral e segurança – incluindo unidades de negócios - além da apresentação do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), sobre teletrabalho específico no Bradesco estarão na pauta.