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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O Bradesco teve lucro líquido contábil de R$ 19,29 bilhões nos primeiros nove meses de 2022. O resultado representa uma alta de 2,8% em relação ao mesmo período de 2021. No terceiro trimestre, porém, o resultado foi 21,6% menor, quando comparado a igual período de 2021.
Juros e inadimplência
O relatório do banco justifica a queda do resultado no trimestre ao “aumento da taxa Selic”, que elevou o custo de captação do banco e ao aumento das despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa (PDD), em função do cenário de maior inadimplência no período. O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROAE) do banco ficou em 16,3%, com redução de dois pontos percentuais em 12 meses.
“O Brasil tem os maiores juros do planeta e isso explica porque o país está batendo recorde na inadimplência. Bolsonaro deixa o governo com 79,3% da população endividada em setembro deste ano. Refinanciar as dívidas dos trabalhadores e buscar um modelo de juros compatíveis com o mercado no resto do mundo serão desafios do governo Lula”, opiniou o diretor do Sindicato, Sérgio Menezes.
O dirigente sindical criticou ainda o aumento no número de funcionários adoecidos em função da pressão e do assédio moral, práticas rotineiras no banco para atingimento de metas desumanas.
Em “dívidas atrasadas”, o mês de outubro alcançou nível recorde de 30,3%, crescimento de 4,7 pontos em relação ao mesmo período de 2021 (25,6%). .
Agências extintas
A holding do Bradesco encerrou o terceiro trimestre de 2022 com 88.374 empregados, com abertura de 638 postos de trabalho em 12 meses, sendo 245 no trimestre. Nesse mesmo período foram encerradas 159 agências, enquanto foram abertas 29 unidades de negócio. No final de setembro, a instituição tinha 2.871 agências, 996 unidades de negócios e 76,8 milhões de clientes.
“O Bradesco demite bancários, fecha agências e desrespeita clientes e usuários, que estão sendo coagidos a não pagar suas contas nos caixas, e ainda fecha caixas eletrônicos. Quem mais sofre com essa postura discriminatória do banco são os idosos e os mais pobres”, disse o diretor do Sindicato do Rio, Geraldo Ferraz.
O diretor da entidade e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados) Leuver Ludolff disse que a campanha contra as demissões e em defesa dos direitos de clientes e usuários vai continuar.
“A sociedade precisa saber que a piora do atendimento está relacionada à política do Bradesco de fechar unidades físicas e demitir bancários e que o consumidor tem meios de exigir seus direitos se unindo à luta da categoria em defesa do emprego e de um atendimento digno à população”, explicou.
No Rio, já são mais de 300 bancários dispensados somente este ano e o banco anunciou o fechamento de mais 16 agências no Estado do Rio, sendo 10 unidades na capital.