Quinta, 09 Junho 2022 20:51

Bancários do Bradesco definem pauta de reivindicações específicas

Teletrabalho, remuneração, segurança e saúde são alguns dos principais pontos da minuta
Bancários do Bradesco definem pauta de reivindicações específicas Imagem: Contraf-CUT

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Com informações da Contraf-CUT

 

Os bancários e bancárias que participam d0 Encontro Nacional dos Trabalhadores do Bradesco, realizado nesta quinta-feira (9), em São Paulo e em formato híbrido (presencial e virtual) definiram os itens da pauta de revindicações que serão entregues ao banco para negociação da campanha salarial. Entre os principais temas, estão: Teletrabalho, remuneração, segurança, saúde, previdência complementar, condições de trabalho, emprego e auxílio educação.

A categoria luta pela renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e do acordos coletivos específicos, que incluem aumento real de salários e valorização dos tíquetes refeição e alimentação, em função do alto custo de vida gerado pela inflação descontrolada.
A minuta será entregue à direção do banco já na próxima terça-feira (14).

Empregos no setor

Em sua apresentação no encontro, Gustavo Cavarzan, técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), mostrou que os bancos aproveitaram a pandemia da covid-19 para impor novos modelos de trabalho e fehcar agências, demitindo trabalhadores e questionou o modelo econômico brasileiro em que bancos batem recordes de lucros em plena recessão econômica, que concentra ainda mais a renda, aumenta da pobreza, a inflação e o  endividamento das famílias com juros caros.

“Além do modelo do país, o resultado dos bancos é construído com base em um forte processo de digitalização, reestruturação e surgimento de novos modelos de negócios”, disse.

O economista considera ser um desafio para o movimento sindical enfrentar as consequências desse modelo para o emprego no ramo financeiro.

Fechamento de agências

O Brasil terminou 2021 com 18.302 agências bancárias. São 2.351 a menos do que o registrado no início da pandemia, segundo dados do Banco Central (BC). A covid-19 impulsionou os pagamentos e o atendimento bancário por meios digitais. Segundo dados do BC, a rede de agências bancárias está diminuindo no Brasil desde 2017. Mas os fechamentos aceleraram na pandemia. Foram 1.334 de março a dezembro de 2020 e mais 1.017 em 2021. A queda acumulada na pandemia foi de 11% e levou a rede de agências bancárias ao menor patamar da série histórica, iniciada em 2007.

“O Bradesco foi o banco que mais reduziu a rede de atendimento presencial na pandemia”, explica o diretor do Sindicato do Rio e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Leuver Ludolff. A segunda maior instituição privada do setor financeira no Brasil fechou 1.527 agências desde março de 2020, muitas transformadas em Unidade de Negócios.
“Sabemos que as plataformas digitais são uma realidade, mas o setor mais lucrativo do país no sistema financeiro que tem a mais alta lucratividade do mundo precisa ter o compromisso social de não pode demitir tantos trabalhadores”, avalia o também diretor do Sindicato carioca, Geraldo Ferraz.

 

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