Segunda, 04 Outubro 2021 18:57
A vida vale mais do que o lucro

Bancos colocam em risco a vida de bancários e clientes

Sanitaristas consideram que volta à normalidade só é possível com 70% da população completamente imunizada, o que é defendido pelo Sindicato

Num completo desrespeito pela vida, os bancos adotam o negacionismo do Governo Bolsonaro e forçam a barra para o retorno ao trabalho presencial. Os sindicatos defendem uma volta segura conforme recomendam os sanitaristas: pelo menos 70% da população completamente imunizada (duas doses ou dose única) para um mínimo de normalizada. Mas, para os barões do sistema financeiro e o governo federal os lucros valem mais do que a vida. Veja, caso a caso, como o tema está sendo tratado.

Banco do Brasil
Maior acionista individual do Banco do Brasil, o governo Bolsonaro, através do Ministério da Economia, vem obrigando os funcionários em teletrabalho a retornar ao presencial, ao mesmo tempo em que usa a desculpa de que a volta “não é obrigatória”. A mentira tem como objetivo tentar não sujar a imagem do banco e do governo por fazer esta convocação em plena pandemia, negando, mais uma vez, a gravidade da situação e expondo os funcionários ao contágio da Covi d-19. Para o Sindicato, é preciso parar o retorno e garantir a segurança dos trabalhadores em primeiro lugar.
Numa atitude de profundo desrespeito pela vida, a Tesouraria do Banco do Brasil no Rio de Janeiro está decidindo por sorteio que funcionários vão voltar ao trabalho presencial. A atitude beira à insanidade e além de colocar em xeque o anúncio feito pelo BB de que o retorno seria voluntário mostra um inaceitável e desumano desrespeito pelas pessoas cuja exposição ao risco de contaminação pela covid-19 está sendo decidida com escárnio, como se fosse uma brincadeira, um verdadeiro bingo da morte.

Caixa
A Caixa Econômica Federal comunicou à Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) na quarta-feira passada (29), que o prazo para a continuidade da modalidade de teletrabalho nas unidades do banco foi prorrogado até o final de 2021. A decisão atende às reivindicações dos bancários e foi tomada após pressão do movimento sindical.
A Contraf-CUT havia enviado ofício ao banco no dia 14 de setembro fazendo esta solicitação e reiterou o pedido na Segunda-feira (27).
A data prevista para o retorno no acordo específico de teletrabalho em decorrência da pandemia se encerraria na quinta-feira (30), mas a pedido dos sindicatos feitos à direção do banco foi prorrogada até o final deste ano. Os sindicalistas lamentaram, no entanto, o fato de o banco anunciar o retorno “opcional” para quem é do grupo de risco.

Santander
O Santander decidiu pelo retorno ao trabalho de 10 às 16 horas nas agências, desde a última segunda-feira (4/10). O banco espanhol, desta forma, ignora a gravidade da pandemia, suspendendo o horário anterior, de 9 às 14 horas, que era uma medida de prevenção à contaminação.
A decisão do grupo espanhol aumenta o risco de infecção de bancários e clientes, que ficarão expostos por mais tempo, em ambientes fechados, com o manuseio de papéis, dinheiro e outros objetos.
O movimento sindical está de olho no cumprimento dos protocolos de prevenção à Covid-19.

Itaú
Sem qualquer embasamento científico o Itaú decidiu unilateralmente convocar os funcionários que são do grupo de risco para retornar ao trabalho presencial desde a última segunda-feira, 4 de outubro, colocando em risco a vida de bancários e clientes. Diante deste retorno precipitado e irresponsável a COE (Comissão de Organixação dos Empregados) apresentou na terça-feira (28/9), em reunião com o banco, um texto de protocolo a ser negociado com medidas de prevenção para este momento difícil e inapropriado de retorno. Os sindicatos lembram ainda que o retorno em massa vai gerar um outro problema gravíssimo: a aglomeração, num ambiente fechado, com o manuseio de documentos, dinheiro e objetos, tanto de bancários, quanto de clientes e frisou a importância do uso de máscaras e álcool como itens obrigatórios, bem como o fornecimento de todos os equipamentos de proteção individual (EPI) e da sanitização dos ambientes pelo banco. O Sindicato critica ainda as demissões em massa no banco em plena pandemia, o que tem rendido seguidas reintegrações pelo Departamento Jurídico da entidade sindical.

Bradesco
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu com o banco na quarta-feira (22/9) para debater itens das reivindicações aprovadas no Encontro Nacional dos Funcionários do banco, realizado em agosto deste ano. Os representantes do banco informaram a suspensão do rodízio entre os trabalhadores nas agências desde a última segunda-feira, 4 de outubro. Como nos demais bancos, o Sindicato defende a
O Bradesco propôs iniciar as negociações para o plano de retorno também nos prédios administrativos. Os representantes dos trabalhadores reivindicam um retorno gradual e com critérios, apenas para empregados totalmente imunizados e de maneira voluntária e escalonada para evitar aglomerações, o que, a princípio, foi aceito pelo banco. A COE conseguiu ainda a garantia do banco de que não haverá convocações para o retorno dos trabalhadores do grupo de risco em nenhuma das áreas.
Pressionado pela COE, o Bradesco explicou que mantém o horário reduzido para o atendimento ao público, das 10h às 14h. Para os aposentados, em dia de pagamento, das 8h às 14he, em dias normais, das 9h às 14h.
Os sindicalistas cobraram ainda o fim das demissões no banco.

Ligue para os telefones 2103-4121/4124/4172 (Bancos Privados); 2103-4122/4123 (Bancos Públicos) ou 2103-4150/4151/4106 (Secretaria de Saúde) e denunciem os abusos e constrangimentos dos bancos para o retorno presencial, aglomerações e descaso para com os protocolos de prevenção à Covid-19.  A luta pela vida é de todos nós.

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