Terça, 03 Agosto 2021 19:14

Encontro aprova minuta de reivindicações a ser entregue ao Bradesco

A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Magaly Fagundes A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Magaly Fagundes

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

Na noite desta terça-feira (3/8), após uma dia inteiro de debates foi aprovada pelos participantes do Encontro Nacional dos Bancários do Bradesco, uma minuta com reivindicações específicas, a serem enviadas ao banco. O Encontro foi dirigido pela coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE), Magaly Fagundes. “Vamos solicitar a instalação de uma mesa específica para tratar dos itens da minuta”, adiantou a dirigente.

Entre os principais pontos estão o fim das demissões, principalmente na pandemia; a implantação do acordo de teletrabalho; a contratação de vigilantes tanto para agências, quanto para unidades de negócios; consulta aos funcionários sobre a manutenção do plano de saúde dos que se aposentarem; e a retomada da mesa específica sobre saúde.

Magaly lembrou que o acordo de teletrabalho foi fechado há mais de um ano, mas não foi colocado em prática devido à cláusula que prevê que isto só ocorreria com o fim da pandemia. “Precisamos rever pontos desde o acordo feito durante a pandemia e ajustar a necessidade do trabalhador que está há mais de um ano em home office”, explicou a dirigente.

Durante o dia foram feitos debates sobre vários temas. No relativo à conjuntura, a palestrante foi a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira. A dirigente defendeu que a categoria discuta o tema das eleições do próximo ano para mudar o governo e eleger Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência. “O governo atual defende os interesses do capital financeiro, ataca a democracia, os direitos dos trabalhadores e fez o país chegar a mais de 560 mil mortos ao boicotar as medidas de prevenção e a compra de vacinas. O Brasil precisa de um governo com um projeto para recuperar o país”, defendeu.

Trabalho e pandemia

Pouco depois, o secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, Mauro Salles, explicou que o retorno ao trabalho presencial somente irá ocorrer após serem estabelecidos critérios em negociação entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).  Esta negociação somente ocorrerá após uma sensível redução dos casos de contaminações e mortes”, afirmou. Salles lembrou que este momento ainda parece distante, entre outros motivos pela lentidão da vacinação.

Elias Jordão, coordenador do Coletivo de Segurança Bancária da Contraf-CUT, em sua palestra, lembrou que a instalação de portas giratórias no fim da década de 1990, início de 2000, gerou a redução significativa do número de ataques às agências. Mas que para aumentar ainda mais seu lucro, o Bradesco está optando por substituir as agências por unidades de negócios, sem portas giratórias, e vigilantes, pondo em risco a segurança de bancários e clientes.

Já na mesa sobre o balanço do Bradesco, o economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), Gustavo Cavarzan, disse que a redução do lucro do banco em 2020 foi apenas contábil, devido a um aumento significativo do chamado Provisionamento para Devedores Duvidosos (PDD) em função de uma avaliação que não se confirmou de disparada do número de inadimplentes, em função da pandemia. “Foi o maior PDD de toda a história”, afirmou, o que gerou uma queda de 28% no resultado. Já no primeiro trimestre de 2021, mantendo o mesmo ritmo de atividade, o lucro aumentou 73%, porque o PDD foi muito menor.

 

 

 

Mídia