Terça, 03 Agosto 2021 18:33

Lucro menor do Bradesco em 2020 foi contábil devido ao PDD

O economista do Dieese Gustavo Cavarzan O economista do Dieese Gustavo Cavarzan

Olyntho Contente

Foto: Nando Neves

Imprensa SeebRio

A redução do lucro do Bradesco em 2020 foi apenas contábil, devido a um aumento significativo do chamado Provisionamento para Devedores Duvidosos (PDD) em função de uma avaliação que não se confirmou de uma disparada do número de inadimplentes, em função da pandemia. A avaliação foi feita pelo economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), Gustavo Cavarzan, durante o Encontro Nacional dos Bancários do Bradesco, nesta terça-feira (3/8). “Foi o maior PDD de toda a história”, afirmou, o que gerou uma queda de 28% no resultado.

Mantendo a mesma atividade, mas com um PDD em um patamar bem menor, no primeiro trimestre de 2021, o lucro do banco, cresceu 73%. Outros fatores para este aumento foram a redução das despesas com pessoal e administrativas, esta, referente a custos com agências, além do crescimento das receitas com seguro e previdência. Houve redução de 1.100 agências, a abertura de novas 700 unidades de negócio.

Gustavo desmentiu a publicidade em que os bancos dão a entender que investiram na economia o que ajudou a reduzir os efeitos da pandemia. “As linhas de crédito livres, em que o Bradesco é quem decide a quem emprestar, tiveram um crescimento modesto, 7.6%. As que tiveram aumento significativo foram aquelas patrocinadas pelo Estado brasileiro, como para micro, pequenas e médias empresas e crédito imobiliários, estas em torno de 38%”, argumentou.

O economista lembrou que o aumento do lucro terá impacto na PLR. “Deve voltar a ser paga pela regra cheia”, estimou. A receita com tarifas caiu em função da entrada das Fitechs e do PIX. Mesmo com esta diminuição, esta receita foi responsável por cobrir 106% das despesas com pessoal. Estas caíram 5%, em função da digitalização.

 

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