Quinta, 04 Fevereiro 2021 19:13
SEM CRISE

Bradesco lucra 16,5 bi, mas demite funcionários e piora o atendimento

Bradesco lucra 16,5 bi, mas demite funcionários e piora o atendimento
Bradesco lucra 16,5 bi, mas demite funcionários e piora o atendimento Mariano

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Bradesco lucrou em 2020 R$16,546 bilhões. Apesar de os números oficiais apresentarem uma queda de 26,7% em relação a 2019, os ganhos não tiveram a queda que se imaginava, mesmo diante da recessão agravada pela pandemia do novo coronavírus. Na verdade as instituições financeiras usaram como estratégia neste período de crise uma elevação extraordinária dos PDDs (Provisões de Devedores Duvidosos). Ou seja, na verdade os bancos transferiram a maior parte de seus ganhos para estas provisões, com o objetivo de se protegerem de uma futura onda de calotes, temendo um colapso da economia. É o caso do Bradesco, que elevou as despesas com provisões para perdas com inadimplência (PDD) em 78,7% em relação a 2019, somando R$ 25,754 bilhões, ou seja, valor superior ao divulgado como lucro.  

“Além da jogada dos PDDs, os bancos tiveram uma injeção de R$1,2 trilhão para as instituições financeiras, é o bolsa banqueiro. E mesmo com tanto dinheiro acumulado, o Bradesco fecha agência, demitindo funcionários e tornando ainda pior para os clientes e usuários”, critica o diretor do Sindicato Sérgio Menezes.

Agências fechadas e demissões

No quarto trimestre, o segundo maior banco privado do país registrou lucro líquido de R$ 5,464 bilhões, o que representa um crescimento de 11,9% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 4,883 bilhões).

O Bradesco fechou no ano passado, 1.083 agências e demitiu 7.754 trabalhadores.  Em dezembro, a instituição contava com 3.395 unidades espalhadas pelo País, 24,2% inferior ao número registrado em igual mês do ano anterior. O banco, com isso, encerrou o ano passado com um quadro de 89.575 pessoas, 8% abaixo do nível verificado no fim de 2019.

“Se há um setor que não pode alegar crise é o sistema financeiro. Há mais de 40 anos os bancos batem recordes seguidos de lucros enquanto que o setor produtivo, indústrias e o comércio, estão em processo acelerado de falência.  Até quando o Brasil vai continuar controlado por este cartel de bancos que gera desemprego e impede o país de ter um desenvolvimento sustentável para privilegiar meia dúzia de famílias”, disse o diretor do Sindicato e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Leuver Ludolf.

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