O Bradesco deve ter neste quatro trimestre um lucro ainda mais alto do que no trimestre anterior. A avaliação é de analistas do mercado financeiro. O resultado dos três meses anteriores foi de R$ 5,03 bilhões, um aumento de 29,9% em relação ao trimestre anterior, e maior que os R$ 4,1 bilhões, esperado pelos analistas. Ou seja, o banco é uma ilha de prosperidade no meio de uma economia caótica, abalada pela política econômica do governo e pela pandemia do novo coronavírus.
“Mesmo assim, continua cobrando tarifas abusivas e altas taxas de juros, mesmo com a queda da Selic”, afirmou a diretora do Sindicato, Nanci Furtado. Lembrou que muito do lucro se deve à restrição ao atendimento a clientes e à população, barrados na entrada da agência, sendo direcionados para lotéricas, outros correspondentes bancários e autoatendimento.
“Esta prática – destinada a reduzir o número de bancários e, com isto, o custo com pessoal – fere a norma do Banco Central que estabelece que os bancos são concessões públicas e, por isto mesmo, têm a obrigação de atender plenamente à população, com o pagamento de contas, entre outras operações. Mas o que vemos é não só não correntistas, mas também clientes sendo barrados e forçados a fazer as operações, que deveriam ser realizadas pelos bancários, trabalhando de graça e ainda pagando tarifas para aumentar o lucro do Bradesco”, argumentou.
Além de jogar famílias no desemprego, as demissões aumentam a sobrecarga de trabalho daqueles que ficam. “Quem paga por esta política é o bancário com a sua própria saúde”, afirmou Nanci.
Nanci lembrou que o Sindicato vai continuar lutando pelo cumprimento das normas do Banco Central pelo Bradesco. “O banco lucra não atendendo a toda a população como manda a lei, para com isto poder demitir, e lucrar ainda mais cobrando tarifas altas mesmo assim.”, afirmou.