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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro realizou na quinta-feira, dia 8 de outubro, um protesto contra as demissões no Bradesco. O banco é mais um que descumpre o acordo firmado com a categoria de não dispensar trabalhadores durante o período da pandemia do novo coronavírus, seguindo o mesmo caminho do Santander, Itaú, Mercantil e Safra.
Na agência da Rua Senador Dantas, no Centro, os bancários retardaram a abertura da unidade e realizaram uma manifestação na Cinelândia.
“Se há um setor que não tem justificativa para demitir trabalhadores é o sistema financeiro que continua ganhando muito dinheiro. É uma covardia o que estão fazendo com os bancários, pois uma demissão nesse momento de crise leva famílias inteiras a ficar sem ter como subsistir”, afirma o diretor do Sindicato Leuver Ludolff, membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
Reunião da COE
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) em reunião virtual na quinta-feira (8) com a direção do banco, solicitou o cancelamento das 427 demissões que já ocorreram no país e a suspensão de qualquer desligamento até o dia 31 de dezembro, pedido que foi negado pelo Bradesco.
Quando cobrado sobre o compromisso assumido pela empresa no início da pandemia do coronavírus (Covid-19), o banco disse que o acordo de não demitir na pandemia valia até maio e que os “ajustes” são por conta da reestruturação”.
“A pandemia avança no Brasil, com crescimento no número de mortes e infectados. Na verdade o Bradesco é mais um banco a descumprir o acordo com a categoria e a demitir trabalhadores em plena crise”, destaca a presidenta do Sindicato Adriana Nalesso.
O movimento sindical convoca toda a categoria para, na próxima terça-feira, dia 13 de outubro, participar de um tuitaço contra as demissões, a partir das 11h, com as hashtags #BradescoNãoDemita #BradescoPenseNoFuturo.
Demissões não param
Praticamente toda semana tem funcionário sendo demitido no banco. No Rio, o número de trabalhadores dispensados no setor de câmbio do Bradesco subiu de seis para onze, ou seja, mais cinco funcionários em home Office teriam sido demitidos. Em São Paulo, pelo menos 217 bancários perderam o emprego.
O Bradesco havia informado que os funcionários que fossem comunicados da sua demissão sem justa causa, no período entre 21 de setembro e 30 de novembro, teriam os planos de saúde e odontológico mantidos por seis meses além do que prevê a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria. Conforme já suspeitavam os sindicalistas, por trás de um discurso “benevolente” para os empregados demitidos está a prática de demitir em massa.
Bancos lucram
Além do corte de mão-de-obra, os bancários denunciam o aumento da pressão por metas e assédio moral, adoecendo os funcionários, em plena crise sanitária e econômica. No entanto, a crise que tem levado ao fechamento de indústrias e lojas comerciais não tem afetado tanto o sistema financeiro. No primeiro semestre de 2020, o Bradesco faturou R$ 7,626 bilhões. Os ganhos são muito maiores do que os números oficiais, que estão sendo subnotificados porque os bancos estão utilizando a estratégia de transferir a maior parte dos faturamentos para as Provisões de Devedores Duvidosos (PDDs), que no caso do Bradesco cresceu 46,6% em relação ao mesmo período de 2019.
“Por trás da campanha publicitária milionária com o desenho animado dos Jetsons falando que o Bradesco se prepara para o futuro está uma prática desumana de lançar famílias inteiras ao drama do desemprego, usando a tecnologia para reduzir custos com mão de obra e aumentar ainda mais os lucros”, completa Leuver.