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Diagramação: Marco Scalzo
Diretora de Imprensa: Vera Luiza Xavier
Carlos Vasconcellos
Imprensa SeebRio
O Bradesco havia informado que os funcionários que fossem comunicados da sua demissão sem justa causa, no período entre 21 de setembro e 30 de novembro, teriam os planos de saúde e odontológico mantidos por seis meses além do que prevê a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria.
Sindicato repudia dispensas
Como os sindicatos suspeitavam o comunicado do banco que falava em “Concessão de Benefício Adicional no Desligamento”, citando um suposto “compromisso” do Bradesco em “apoiar e adotar medidas de enfrentamento à pandemia” e a “adoção do princípio de valorização de pessoas”, na verdade, representa a quebra de um compromisso assumido publicamente com os trabalhadores de não demitir enquanto durar a pandemia. Não deu outra: o Bradesco anunciou nesta semana demissões em massa. Em São Paulo mais de 80 bancários teriam sido dispensados. No Rio de Janeiro, números ainda não oficiais dão conta de que pelo menos uma dezena de empregados teriam sido dispensados.
“Como já dissemos, essa suposta ‘valorização de pessoas’ que o Bradesco fala em seu comunicado é de araque. O setor financeiro, com toda a crise da pandemia, é o mais lucrativo do país. Não há justificativa para as demissões que é um ato de covardia para com os bancários que as duras penas constroem o lucro do banco”, critica o diretor do Sindicato do Rio, Leuver Ludolff, que é membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
No primeiro semestre de 2020, o banco faturou R$ 7,626 bilhões, isto porque os números oficiais estão subnotificados porque as instituições financeiras estão utilizando a estratégia de transferir maior parte dos ganhos para as Provisões de Devedores Duvidosos (PDDs), que em relação ao Bradesco cresceu 46,6% em relação ao mesmo período de 2019.
Além de demitir, os bancos praticam pressão por metas e assédio moral, adoecendo os funcionários.
”O Bradesco, segundo maior banco privado do país, descumpre acordo com a categoria e mantém um processo de demissão no país. Responsabilidade social deveria começar dentro da instituição mantendo os postos de trabalho e não desempregando trabalhadores em meio a uma pandemia e desemprego em alta no país. O banco sabe que realocação no mercado de trabalho nesse momento é praticamente impossível e deveria respeitar aqueles que produzem sua alta lucratividade”, afirma a presidenta do Sindicato Adriana Nalesso.