Quarta, 15 Julho 2020 00:00

Bancários do Bradesco definem as reivindicações específicas da campanha nacional

Encontro Nacional define defesa do emprego, garantias da CCT, condições dignas para o teletrabalho e fim das metas abusivas como prioridades

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

 

Os bancários do Bradesco definiram, no Encontro Nacional realizado na terça-feira, dia 14 de julho, por videoconferência, a pauta de reivindicações específicas para a Caampanha que serão apresentados na Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada nesta sexta-feira (17) e sábado (18).
Os funcionários aprovaram a mesa única unindo os trabalhadores de bancos públicos e privados, uma estratégia vitoriosa adotada há mais de uma década. 
A garantia no emprego, a defesa da renovação da Convenção Coletiva de trabalho (CCT) para preservar os direitos ante os ataques às conquistas trabalhistas impostas pelo governo federal, condições dignas para os bancários que estão exercendo suas atividades profissionais em sistema de teletrabalho. Foram aprovados ainda a defesa das empresas públicas e o “Fora Bolsonaro”.

A defesa da vida, com o cumprimento dos protocolos de prevenção à Covid-19 também estão entre as bandeiras de luta em função do avanço da pandemia no Brasil.

O resultado do banco

A economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Vivian Machado, da subseção na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), apresentou o balanço do banco no primeiro trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado.
O lucro líquido Recorrente do Banco Bradesco no 1º trimestre de 2020 foi de R$ 3,8 bilhões. Apesar da queda de 39,8%, em relação ao mesmo período de 2019 e de 43,5% comparado ao 4º trimestre de 2019 é preciso levar em consideração a elevação extraordinária que o banco fez da Previsão para Devedores Duvidosos (PDD), que neste trimestre foi de R$2,7 bilhões, uma forma que as instituições financeiras encontram de garantir caixa prevendo uma grande inadimplência em função da crise pós-pandemia. Mesmo assim, esse efeito foi compensado pelo crescimento da margem financeira com clientes, redução das despesas operacionais no período e crescimento nas receitas de prestação de serviços. Além disso, é bom lembrar que o Governo Bolsonaro garantiu R$1,2 trilhão para dar liquidez às instituições financeiras, reduziu o imposto sobre os lucros dos bancos e assumiu a compra de títulos podres, que deram prejuízos ao setor, comprado pelo Banco Central com dinheiro público.

“O banco, apesar da queda no resultado, segue forte e dá pistas de que manterá grande parte do seu quadro em home office, apostando no digital. Importante atentar para o significativo fechamento de agências de postos e de trabalho em 12 meses e para o compromisso de não demissão durante o período da pandemia a ser verificado quando sair o balanço do semestre ao final desse mês”, disse Vivian.

Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Dieese, falou sobre a transformação da organização sindical diante dos impactos causados pelos avanços tecnológicos no mundo do trabalho. Abordou ainda os avanços da tecnologia que foram agilizados pela pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19).
“Nossas tarefas agora serão enfrentar a crise atual, fazer uma boa campanha salarial e pensar os sindicatos, como instrumentos capazes de serem efetivamente escudos de proteção à classe trabalhadora e ao mesmo tempo um grande protagonista na disputa da democracia”, destacou

Redução de postos de trabalho

A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias cresceu 4,9% em doze meses, totalizando R$ 6,7 bilhões. As despesas de pessoal também cresceram no período (6,4%) atingindo R$ 5,0 bilhões. Assim, a cobertura destas despesas pelas receitas secundárias do banco, no período, foi de 133,4%.

“Um dos temas que mais preocupam os bancários são as demissões e o aumento da sobrecarga de trabalho para quem continua nas agências. O Bradesco encerrou o 1º trimestre de 2020 com 97.234 empregados, uma redução de 1.922 postos de trabalho em doze meses e o fechamento de 194 agências físicas”, explica a diretora do Sindicato do Rio, Nanci Furtado.    

Participaram do encontro pelo Rio de Janeiro também, os diretores Leuver Ludolff, Nilo Casanova e Jacy Menezes, além de Vinícius de Assumpção, que é vice-presidente da Contraf-CUT. 

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Fonte: Contraf-CUT

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