Segunda, 25 Mai 2020 20:25

Agendamento, recusado pela Fenaban, poderia minimizar a contaminação pelo Covid-19

O Sindicato defende o agendamento para evitar as aglomerações nas agências bancárias, que colocam em risco a vida dos bancários, clientes e da população, como na agência Siqueira Campos, do Bradesco, em Copacabana O Sindicato defende o agendamento para evitar as aglomerações nas agências bancárias, que colocam em risco a vida dos bancários, clientes e da população, como na agência Siqueira Campos, do Bradesco, em Copacabana

Com base em análises científicas sobre medidas de prevenção contra a contaminação pelo novo coronavírus, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Sistema Financeiro (Contraf-CUT), propôs, em mesa de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o sistema de agendamento para atender os clientes. Mas os banqueiros se recusaram a implementar o mecanismo, alegando ser inviável, porém, sem apresentar dados científicos.

“Em decorrência desta negativa, o que vemos são agências lotadas, colocando em risco todos os que se encontram nelas, desde o bancário, passando pelo terceirizado e o cliente, já que nosso tipo de trabalho facilita a contaminação pelo vírus”, constatou a diretora do Sindicato e coordenadora do Coletivo dos Bancários do Bradesco, Nanci Furtado. A sindicalista disse ainda que, nas incansáveis fiscalizações, os diretores do Sindicato deparam-se com situações muito preocupantes, como, por exemplo, o deslocamento de bancários de agências de menor porte para suprir outras com maior demanda de trabalho, fazendo com que as menores passem a ficar sem suporte de atendimento, tornando-se incapazes de cumprir o protocolo de rodízio interno entre os funcionários e aumentando o risco de contaminação.

Sindicatos avisaram

Nanci lembra que esta situação foi prevista há tempos em mesa de negociação com a Fenaban. “A Contraf-CUT alertou, naquela época, que tudo isso iria acontecer. Era óbvio e preocupante. Por isto foi proposto o agendamento recusado pelos bancos. O resultado é que temos um grande número de bancários adoecendo, sendo afastados e, cumprindo o protocolo, também os que trabalhavam com ele e podem estar contaminados. Vai chegar um momento em que o número de adoecidos será tão grande que não haverá como atender”, argumentou.
Ela alertou para a necessidade de rever esta situação que tende a ser agrava, já que, pelas informações, principalmente, dos infectologistas, estamos longe do fim da pandemia com a contaminação se ampliando cada vez mais rapidamente. “O mais lógico diante desta situação que se agrava, é o agendamento. Com ele, já estaríamos com todo o check list pronto, sabendo de antemão o perfil do cliente e o assunto a ser abordado, evitando o aumento da sobrecarga e do risco de contaminação”, afirmou.

Nanci orienta os bancários, em caso de adoecimento, ou qualquer tipo de transgressão ao que foi acordado com a Fenaban procurar o Sindicato. “Desta forma, poderemos orientar e, se for necessário, tomar as providências junto ao Bradesco”, explicou.

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