Quinta, 31 Outubro 2024 18:33
BANCÁRIOS DESVALORIZADOS

Lucro do Bradesco no terceiro trimestre cresce 13,1%, mas banco demite e fecha agências

Banco teve lucro líquido recorrente de R$ 5,225 bilhões, resultado 10,8% superior ao do segundo trimestre deste ano e acumula R$14.2 bi em 2024
O Sindicato vai intensificar ainda mais a mobilização e os protestos contra a extinção de agências, demissões e adoecimento de funcionários no Bradesco O Sindicato vai intensificar ainda mais a mobilização e os protestos contra a extinção de agências, demissões e adoecimento de funcionários no Bradesco Foto: Nando Neves

 

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Para um banco que vinha tendo boatos de que estaria com “dificuldades” e que, por isso, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) teria endurecido ainda mais nas negociações da campanha salarial 2024, o Bradesco, segunda maior instituição privada do sistema financeiro nacional, está ganhando muito dinheiro. O banco registrou um líquido recorrente de R$5,225 bilhões no terceiro deste ano, um resultado 13.1% superior ao mesmo período de 2023.

Em nove meses, já são R$14,2 bilhões acumulados pelo banco.

O patrimônio líquido foi a R$ 162,931 bilhões, alta de 1,3% em um ano.

Extinção de agências

Apesar dos lucros extraordinários, o Bradesco tem demitido um número cada vez maior de funcionários, até mesmo pelo processo de reestruturação que tem extinguido agências físicas. De 2019 e 2023, o banco fechou 1.783 agências e 703 postos de atendimento. Este ano as dispensas continuam em todo o país. 

“Não há justificativa para o Bradesco fechar tantas agências, demitindo trabalhadores e sobrecarregando ainda mais os empregados das unidades que continuam a funcionar. O banco explora, pressiona, assedia e adoece bancários só para lucrar ainda mais. Com tanta grana e com o sistema financeiro praticando as mais altas taxas de juros do planeta, os banqueiros tinham que valorizar os funcionários, que constroem toda esta riqueza do setor”, afirmou o diretor do Sindicato do Rio e membro da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Leuver Ludolff.

“Temos denunciado que o banco se nega a tender a população e ainda reduz drasticamente o número de caixas eletrônicos, desrespeitando os consumidores”, criticou Leuver.

Em 2024, o Sindicato do Rio realizou quase que semanalmente atividades nos locais de trabalho, convocando os bancários a se filiarem a entidade e a fortalecerem a mobilização da categoria por empregos e melhores condições de saúde e de trabalho. “Vamos intensificar a luta em 2025 e denunciar à sociedade o que o banco tem feito com seus empregados e clientes”, concluiu o dirigente sindical.

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