Carlos Vasconcellos 

Imprensa SeebRio 

Com informações da Contraf-CUT 

A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu, na tarde desta sexta-feira (1º), com a direção do banco. Na pauta do encontro, a cobrança para o banco dar explicações sobre a reestruturação, anunciada pelo novo presidente do banco, Marcelo Noronha, no dia 7 de fevereiro, em entrevista coletiva, sem qualquer negociação prévia com o movimento sindical. O executivo declarou, na ocasião, que o objetivo é que 75% das operações do Bradesco passem a ser por meio digital. Atualmente este índice é de 45%.  

O movimento sindical critica o fato de o segundo maior banco privado do país ter extinguido seis mil postos de trabalho em 2023. 

"O fechamento de agências e as demissões em massa resultam numa sobrecarga cada vez maior nos locais de trabalho, que somada à pressão por metas está adoecendo os funcionários. Sabemos que há uma tendência para uma digitalizaçãocada vez maior do sistemafinanceiro, mas há uma realidade que os bancos não podem deixar de levar em consideração: no Brasil, um númeroconsiderávelde pessoas têm dificuldade em manusear os aplicativos e precisam do atendimentopresencial, especialmente os idosos. Além disso, quando falamos em extinçãode agênciase dispensas, não estamos tratando de números, mas de gente, de trabalhadores que precisamdo emprego para sustentar suas famílias", destacou o diretor do Sindicato do Rio e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Leuver Ludolff. 

Campanha 2024

O diretor da Secretaria de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Ferraz, lembra que garantia dos empregos e saúde serão prioridades na campanha nacional dos bancários em 2024.

"Este ano vamos debater uma nova Convenção Coletiva de Trabalho e todos os bancários e bancárias precisam entender que só iremos garantir os direitos conquistados e avançar em novas conquistas se todos participarem das atividades do Sindicato. Não existe vitórias coletivas sem uma entidade sindical forte e isto só é possível com participação e mobilização ", destacou Geraldo.

O Coletivo do Bradesco realiza no Rio, há mais de dois anos, uma forte mobilização contra o fechamento das unidades e em defesa dos empregos e do direito dos clientes ao atendimento presencial. 

O novo presidente do Bradesco prometeu uma expressiva contratação no setor de tecnologia de cerca de três mil pessoas. 

Mais mulheres 

Os sindicatos consideram a contratação positiva, mas cobram mais mulheres nessas áreas. Consideram também, que, antes de abrir oportunidades para contratação externa, o banco deve reaproveitar com qualificação profissional, os atuais empregados para as áreas de TI (Tecnologia da Informação) garantindo a preservação de todos os direitos da categoria previsto na Convenção Coletiva de Trabalho.  

O banco disse que essa é uma das ideias para o processo. Inclusive, deu exemplos que já aconteceram no ano passado, com um plano de estrutura e capacitação.

Diálogo com sindicatos 

O Bradesco se comprometeu ainda a manter o canal de comunicação aberto, para que o movimento sindical possa trazer as impressões da base. 

"Por isso, estamos sempre ouvindo a nossa base nos locais de trabalho. Este feedback da categoria com o Sindicato é fundamental ", completou Geraldo.