Quinta, 23 Novembro 2023 13:24

Bancários querem que novo presidente do Bradesco dê um basta nas demissões

Marcelo Noronha tem 38 anos de atuação no mercado financeiro, 20 dos quais na própria holding. Antecessor foi um desastre para os bancários
Marcelo Araújo Noronha, novo presidente do Bradesco: sindicatos querem diálogo para que as demandam dos funcionários sejam atendidas Marcelo Araújo Noronha, novo presidente do Bradesco: sindicatos querem diálogo para que as demandam dos funcionários sejam atendidas Foto: Divulgação

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

O Bradesco anunciou nesta quinta-feira (24), o novo presidente do banco, Marcelo Araújo Noronha. Mal assumiu o cargo, e os sindicatos já começam a se articular para cobrar mais diálogo da empresa com os trabalhadores. O legado de seu antecessor, Octavio de Lazari Júnior, foi o pior possível para os bancários: extinção de agências físicas, demissões em massa, adoecimento dos funcionários em função das metas cada vez mais desumanas e desrespeito com clientes e usuários.

“O rastro deixado pelo ex-presidente do banco foi desastroso para os trabalhadores. Os funcionários vivem hoje sob o medo de ser demitido, em função das agências físicas extintas e quem continua trabalhando está doente, muitos tomando remédio tarja preta, por causa da pressão e do assédio por metas e a sobrecarga de trabalho. O Bradesco continua se negando a atender presencialmente a população nos caixas presenciais. Vamos continuar denunciando o banco à sociedade e protestando, com novas paralisações, se necessário. Esperamos que o novo presidente veja que este modelo de gestão de metas adoece e não é producente”, disse o diretor do Sindicato do Rio, Sérgio Menezes.

Quem é o novo presidente

Como já era de se esperar, Marcelo Araújo Noronha, que está no Bradesco há 20 anos e substitui Octavio, que ficou cinco anos à frente da empresa, é um homem de mercado, que reagiu bem à troca. As ações do banco abriram em alta de mais de 5% com a notícia.

Noronha, de 58 anos, tem 38 anos de atuação no mercado financeiro, 20 dos quais no grupo Bradesco. Ele começou a carreira no no Recife, em 1985. Transferiu-se para São Paulo em 1994 e, antes de ingressar no Bradesco, trabalhou na diretoria do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria Brasil até 2003. Foi, também, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS) entre 2013 e 2017.Ascendeu a todos os cargos da diretoria do Bradesco e vinha exercendo, nos últimos oito anos, o cargo de diretor vice-presidente, cumulativo com outros que ocupa e continuará ocupando em empresas da organização".

O executivo é formado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com especialização em finanças pelo IBMEC e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). .

“Estes tecnocratas neoliberais criticam o setor público e defendem cortes nos investimentos do governo, mas a maioria estuda em universidades públicas, que são as melhores do Brasil, enquanto que os pobres, quando conseguem atingir o nível superior, pagam caro para estudar em faculdades privadas de baixíssima qualidade”, reclamou Serginho.

Com 58 anos, o novo diretor-presidente iniciou sua carreira bancária, em 1985, no Recife. Transferiu-se para São Paulo em 1994 e, antes de ingressar no Bradesco, trabalhou na diretoria do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria Brasil até 2003 e presidiu a Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) de 2013 a 2017.  

O executivo também esteve à frente, como vice-presidente das áreas de Corporate, Bradesco Empresas, Bradesco BBI, Internacional e Câmbio, das subsidiárias internacionais (Buenos Aires, Cayman, New York, Londres, Luxemburgo e Hong Kong) e das Corretoras Bradesco e Ágora.

Também foi membro dos Conselhos de Administração da Cielo, Alelo, Livelo e Elopar, e atuou como presidente da ABECS por dois mandatos pelo período de quatro anos. É ainda conselheiro da Confederação Nacional das Instituições Financeiras.

 

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