Sexta, 10 Novembro 2023 17:11

Bradesco lucra R$ 4,6 bi, mas continua demitindo, com impacto negativo na qualidade dos serviços

Sindicato protetesta contra demissões, fechamento de agências e queda na qualidade do atendimento. Foto: Nando Neves. Sindicato protetesta contra demissões, fechamento de agências e queda na qualidade do atendimento. Foto: Nando Neves.

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Imprensa SeebRio

O lucro do Bradesco foi de R$ 4, 621 bilhões neste terceiro trimestre um crescimento de 2,6% se comparado ao trimestre anterior. Leuver Luldolff, dirigente do Sindicato e da Comissão de Organização dos Empregados (COE) lembra que, mesmo assim, o banco continua tratando com descaso bancários e clientes.

“Clientes e funcionários estão sofrendo com demissões, fechamento de agências e recusa no atendimento. Mesmo com o lucro alcançado graças ao trabalho dos funcionários e da exploração sobre clientes, continua tratando a todos com total indiferença”, afirmou. Acrescentou que o resultado poderia ter sido maior, caso o Bradesco melhorasse a qualidade dos serviços, com a contratação de pessoal, baixasse as tarifas e as taxas de juros que chegam no crédito rotativo a mais de 470% ao ano.

Lembrou que se comparado o lucro do terceiro trimestre deste ano, com o mesmo período de 2022, mostraria uma queda de 11,5%. Explicou que isto se deve ao crescimento da inadimplência provocada pelas taxas de juros extorsivas e ao provisionamento para devedores duvidosos. “Com juros menores o crédito aumentaria, a inadimplência cairia, contribuindo para a retomada do crescimento da economia a uma velocidade maior. Mas a sede de lucro a qualquer preço não permite que a sensatez prevaleça”, disse.

Esta situação levou a uma queda de 0,1% na carteira de crédito (que foi de R$ 877,5 bilhões), em 12 meses e avanço de 1% na comparação trimestral. Já o índice de inadimplência subiu para 6,1% no terceiro trimestre; era de 5,9% no segundo trimestre e 3,9% no terceiro trimestre do ano passado. Com isto, as despesas com provisões para devedores duvidosos somaram R$ 9,188 bilhões, com retração de 10,9% no trimestre e alta de 26,4% em 12 meses.

Apesar do corte de custos com demissões, fechamento de agências e digitalização acelerada dos serviços, a exploração dos clientes continuou crescendo. A receita de serviços teve alta de 4,1% no trimestre e 2,9% em um ano, a R$ 9,112 bilhões.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), que indica a capacidade do banco de rentabilizar seu capital, ficou em 11,3%, baixa de 1,7 pontos percentuais frente ao mesmo período do ano anterior. O indicador subiu 0,2 pontos ante o trimestre anterior, ainda distante do patamar dos 20% do Itaú e Banco do Brasil.

 

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