Quarta, 05 Julho 2023 15:15
A VERGONHA CONTINUA

Unidade Senador Dantas, acusada de práticas antissindicais, leva MPT a multar o Bradesco

Ministério Público do Trabalho multou o banco em R$ 70 Milhões por assédio e irregularidades na agência e prédio administrativo. Sindicato realizou protesto no local
O Sindicato recebeu total apoio dos funcionários e clientes  da unidade Senador Dantas, no Centro, no protesto contra assédio moral e pressão sofridos pelos bancários e por práticas antissindicais O Sindicato recebeu total apoio dos funcionários e clientes da unidade Senador Dantas, no Centro, no protesto contra assédio moral e pressão sofridos pelos bancários e por práticas antissindicais Foto: Nando Neves

Carlos Vasconcellos

Imprensa SeebRio

Bancários e bancárias realizaram nesta quarta-feira, 5 de julho, mais uma manifestação nacional contra a extinção de agências e demissões em massa no Bradesco. No Rio de Janeiro, o Sindicato protestou também contra práticas antissindicais do banco na agência da Rua Senador Dantas, na Cinelândia, Centro do Rio. Os dirigentes sindicais estão sendo proibidos de subir o prédio para distribuir o Jornal Bancário, o principal e mais importante veículo de comunicação da categoria. Em resposta, a categoria retardou a abertura da unidade, conhecida por denúncias de assédio moral, pressão e diversos abusos cometidos contra os empregados.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) fez fiscalizações no prédio no dia 27 de junho deste ano e constatou cobranças abusivas de metas, ofensas e palavras de baixo calão num tratamento desumano dado aos empregados, inclusive com denúncias de “cárcere privado”, segundo informação publicada no próprio site do MPT. Os abusos resultaram em uma multa de R$ 70 Milhões para o Bradesco.

“Não param de chegar denúncias de Assédio Moral, desvios de função, sobrecarga de trabalho e ameaças de demissão que estão adocecendo os bancários”, disse o diretor do Sindicato, Geraldo Ferraz.  

Sujeira debaixo do tapete 

Os sindicalistas criticaram a postura autoritária do banco. “Ao invés de o Bradesco resolver suas mazelas preferiu tomar a iniciativa estapafúrdia de proibir os dirigentes sindicais de terem acesso aos setores do Prédio.  Em resumo o Bradesco tenta ‘jogar as sujeiras para debaixo do tapete’, ferindo a dignidade dos funcionários e desrespeitando sindicalistas e a população por negar o acesso ao atendimento presencial”, criticou o diretor do Sindicato, Sérgio Menezes.

“Estamos sendo impedidos de exercer a nossa missão de dialogar com todos os funcionários do prédio e não vamos aceitar esta decisão autoritária e ilegal. Vários bancos, inclusive o Bradesco, já foram condenados pela justiça por práticas antissindicais”, explicou o diretor do Sindicato e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Leuver Ludolff.

Eliminação de empregos 

Os bancos eliminaram postos de trabalho pelo sexto mês consecutivo no primeiro trimestre deste ano. Foram extintas 1.474 vagas em março, maior número desde novembro de 2020, quando foram encerradas pouco mais de duas mil vagas, período agravado pela pandemia do covid-19.

“No primeiro trimestre de 2023, os bancos eliminaram 2.662 vagas na categoria”, relatou o dirigente sindical, Marcelo Rodrigues. No mesmo período do ano passado, foram abertas 3.160 vagas.

Os dados são de um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O tuitaço com a hashtag #AVergonhaContinuaBradesco, que também fez parte do Dia Nacional de Luta, ficou no topo do “assunto do momento no Brasil“ no Twitter.

 

 

 

 

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